sábado, 10 de março de 2012

Como driblar o desconforto do bebê quando os dentinhos estão nascendo



Um inchaço, irritação, às vezes, uma febre baixa e, de repente, uma pontinha branca. Veja como driblar os desconfortos e relaxe para curtir o sorriso mais lindo do mundo



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(Foto: Nana Moraes)




Você nem acredita, mas lá está o seu pequeno com um sorrisão que mostra a ponta do primeiro dentinho. É uma emoção incrível, mas ela tem um preço: o surgimento dos dentes pode vir acompanhado de sintomas cuja intensidade varia de uma criança para outra.
 "Meu filho tinha 4 meses quando os incisivos superiores apontaram. Ele chorava muito e queria morder tudo. Agora que os molares estão nascendo, o incômodo diminuiu bem", conta a trapezista Raquel Castro, de 25 anos, mãe de Lucas, de 18 meses. Choros e mordidas são reações normais. "Para nascerem, os dentes precisam romper a gengiva. É esse processo que causa inflamação e leva a criança a morder o que encontra pela frente", tranqüiliza a odontopediatra Alessandra Nassif, de São Paulo. Nem sempre, porém, o mal-estar é tão grande. "Minha primeira filha quase não teve problemas - só um pouco de irritação e, de vez em quando, febre. A caçula, em compensação, chora, fica com febrão e já passou por diarréias fortes", conta a advogada Danielle Tadros, de 33 anos, mãe de Nicole, de 2 anos, e de Júlia, de 6 meses.

"Cada bebê reage de um jeito", confirma o pediatra e neonatologista João Coriolano Rego Barros, do Instituto da Criança, em São Paulo. Excesso de salivação, irritabilidade, gengiva inchada, fezes amolecidas, perda de apetite e aumento da temperatura são sintomas comuns. "Como a criança leva a mão mais vezes à boca, o risco de gengivites e estomatites é maior", alerta o médico. Mas há saídas para amenizar os desconfortos. Conheça os principais cuidados e garanta uma dentição perfeita e saudável para o seu filho.

10 respostas sobre a primeira dentição

1 // Com que idade surgem os primeiros dentes?
Não existe um padrão. Na maioria das vezes, a dentição desponta no sexto mês e se completa até os 2 ou 3 anos - com dez dentes na arcada superior e a mesma quantidade embaixo. Os incisivos centrais inferiores costumam ser os primeiros, mas também não é regra. Em alguns bebês, a gengiva incha a partir do terceiro mês, e os dentinhos começam a sair no quarto mês. Para outros, esse processo só se inicia entre nove e dez meses. Mais raramente, pode acontecer o que os especialistas chamam de "dentes natais", quando a criança já nasce com dentes, ou "neonatais", quando eles aparecem cerca de 30 dias após o nascimento. Nos dois casos, um odontopediatra deve avaliar se a precocidade é indício de distúrbio. A total falta de dentes até 1 ano também exige atenção. Essa demora excessiva pode ser resultado de problemas congênitos ou, mais raramente, de deficiência de cálcio.


 2  // Como aliviar a criança dos incômodos dessa etapa?
Ofereça a ela alimentos duros - como minicenouras cruas e bem geladas - e mordedores de silicone, que ajudam a coçar a gengiva e acalmam. "O atrito favorece a ruptura da gengiva. Uma boa tática é deixar os mordedores na geladeira - o frio tem efeito levemente anestésico e estimula a circulação no local", sugere João Coriolano. Massagens leves também são um alívio - para fazê-las, a mãe deve envolver o dedo com gaze embebida em água filtrada ou soro fisiológico frios.


 3 // Pomadinhas anestésicas podem ser usadas?
Por conta própria, muitas mães adotam pomadas e soluções que podem ser compradas sem receita na farmácia e prometem aliviar a dor e combater o processo inflamatório. "É um erro. O efeito anestésico desses preparados é leve e muito passageiro. Embora não se possa afirmar que eles sejam especialmente tóxicos ou perigosos, a automedicação deve ser evitada, especialmente com crianças pequenas. Sempre há risco de reações", alerta a pediatra Marcy de Oliveira, dos hospitais Neomater e Beneficência Portuguesa, em São Paulo.


4 //  Há algum caso que exija medicação?
A maioria dos sintomas causados pela erupção dos primeiros dentinhos é natural e não requer medicamentos. Mas vale consultar o pediatra quando a febre torna-se alta - acima de 38,5 ºC - ou se a inflamação for excessiva, impedindo o bebê de se alimentar e prejudicando o sono.


5  // Quando é hora de consultar o odontopediatra?
Quanto mais cedo, melhor. Ele vai fazer uma avaliação geral e orientar sobre higiene, alimentação e hábitos de sucção. "Os primeiros meses de vida são importantíssimos para a saúde bucal futura", garante a ortodontista Shirley Monteleone, de São Paulo. Em tempos passados, era comum a crença de que os dentes de leite não tinham função especial. Hoje, sabe-se que eles influenciam no desenvolvimento da fala e servem de guia para o posicionamento e a fixação da dentição permanente. "A saúde da boca afeta todo o organismo. As bactérias causadoras das cáries, por exemplo, são agressivas também para o sistema digestório", lembra a pediatra Marcy. É para evitar a contaminação com esses germes, inclusive, que os adultos não devem jamais assoprar a papinha para esfriar, beijar o bebê nos lábios ou "limpar" a chupeta levando-a à própria boca.

6 // Como deve ser feita a higiene bucal?
"Um jeito simples consiste em envolver o dedo em gaze esterilizada e embebida em água filtrada ou soro fisiológico e limpar suavemente a gengiva e a língua do bebê, após as mamadas, tomando cuidado para não pressionar demais a língua", ensina Alessandra Nassif. Outra opção é a escova para recém-nascidos, em forma de dedeira e com cerdas macias. Essa higienização deve acontecer desde os primeiros dias, especialmente em bebês não amamentados ao peito. Assim que os dentinhos começarem a apontar, é o momento de adotar uma escova infantil e pasta de dentes sem flúor, em quantidade mínima. "O uso precoce de flúor pode causar manchas nos dentes. É por isso que a aplicação só começa por volta dos 2 ou 3 anos", explica a odontopediatra. Como na maioria das cidades brasileiras a água é fluoretada e há variações na concentração do produto, cabe ao odontopediatra avaliar o momento certo de iniciar as aplicações e recomendar a dosagem. É ele também que deve indicar o modelo de escova, levando em conta as características da criança. "Para completar a higiene, assim que o pequeno tiver dois dentinhos, um ao lado do outro, comece a passar o fio dental bem de leve, apenas para o bebê se acostumar com a rotina", diz Alessandra.


7 // O que é a cárie de mamadeira?

A cárie é uma doença infecciosa, cujo surgimento depende de uma combinação de fatores como presença de bactérias, baixa salivação, higiene deficiente e dieta inadequada. No Brasil, cerca de 60% das crianças até 3 anos já tiveram cáries e o principal vilão dessa história é o (mau) hábito das mamadeiras noturnas. Como o bebê está dormindo, a higiene deixa de ser feita. Para piorar, a produção de saliva, que ajuda a combater as bactérias, diminui com o sono. Some-se o costume de adoçar a mamadeira e está formado o quadro ideal para o desenvolvimento dessa cárie - que atinge todas as faces do dente e evolui rapidamente, comprometendo toda a dentição. É um problema sério e que requer tratamento imediato.


8 // Existe uma dieta "amiga dos dentes"?

Segundo a Associação Brasileira de Nutrologia, para gengivas sadias e dentição forte, a alimentação do seu filho precisa conter os seguintes nutrientes: • cálcio, presente em laticínios, vegetais verde-escuros (como brócolis couve e mostarda), lentilha, ervilha, tofu, salmão, sardinha;• vitamina A, encontrada em ovos, leite, cenoura, fígado, couve, espinafre, vegetais de cor amarelada e alaranjada; • vitamina C, que tem como principais fontes frutas cítricas, pimentão, tomate, batata, goiaba, manga, mamão e hortaliças; • vitamina D, presente em gema de ovo, manteiga, leite, fígado, salmão e atum, além de ser produzida pelo  organismo a partir da luz solar.


9 // E quais são os alimentos prejudiciais?
A resposta dos especialistas é unânime: açúcar. Adoçar sucos, leite e papinhas, além de não acrescentar nada ao potencial nutritivo desses alimentos, aumenta o risco de cáries. A sacarose, presente no açúcar, atua como uma toxina sobre os dentes, diminuindo a resistência deles. A regra é simples: quanto menor a quantidade e a freqüência com que se consome açúcar, melhor para os dentes do seu filho. Refrigerantes, obviamente, estão entre os itens que você deve eliminar do cardápio.

10 // Há algo pior do que o açúcar para os dentes do bebê?
Mais uma vez, há unanimidade: a chupeta é a maior ameaça. Seu uso constante tem sido relacionado a problemas como deformações da arcada dentária, enfraquecimento dos músculos faciais e dentes tortos. "Por isso, o ideal é que o bebê mame exclusivamente no peito até os seis meses e, em seguida, comece a receber líquidos e alimentos em copos e colherinhas. Assim, é possível evitar os efeitos nocivos de chupetas e mamadeiras", observa o pediatra João Coriolano.

Fonte:claudoa.abril.com.br

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