sexta-feira, 24 de maio de 2013

Já ouviu falar em ATM?




Já ouviu falar em DTM? Essa sigla, que tende a se tornar cada vez mais popular, remete a uma desordem na articulação ou nos músculos que permitem abrir e fechar a boca. Agora, uma seleção de exames e novos tratamentos prometem silenciá-la mais cedo


por Diogo Sponchiato
fotos Gustavo Arrais

 


Existem problemas de saúde que andam cercados de mistérios e mal-entendidos. A começar pelo nome. Há pessoas por aí que sofrem com dores nos maxilares e atribuem a desdita a uma doença chamada ATM. Vamos desfazer a primeira confusão. Essa sigla, ou melhor, a articulação temporomandibular a que ela faz referência, todo mundo tem. Se ela ou os músculos que a circundam estão em crise, aí, sim, há o que se chama de disfunção temporomandibular, a DTM.

Há mais de um tipo de DTM por trás de dores, dificuldades para mastigar ou falar, além de ruídos ou estalos ao abrir e fechar a boca. Um estudo liderado pela dentista Daniela Godói Gonçalves, da Universidade Estadual Paulista, em Araraquara, no interior de São Paulo, aponta que até 40% da população se queixa de um sintoma que remeta à sigla dolorosa. "Ela afeta principalmente quem tem entre 20 e 40 anos e duas vezes mais as mulheres", observa Daniela. "Em quase 70% dos casos o problema nem está na articulação em si, mas na musculatura ligada a ela", estima o dentista Antonio Sérgio Guimarães, da Universidade Federal de São Paulo.

O transtorno não apresenta causa específica, mas se acredita que, somados a uma propensão a ele, fatores como o estresse do dia a dia acionam a engrenagem da dor. Por essas e outras, flagrar a DTM e sua origem nem sempre é tarefa fácil. Para tornar o diagnóstico mais certeiro, uma saída é congregar exames, como demonstra um trabalho recente da fonoaudióloga Cláudia Ferreira, da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, no interior do estado. "Juntamos um questionário preenchido pelo paciente a uma avaliação das funções dos músculos da mandíbula e uma técnica chamada eletromiografia", conta Cláudia. É a combinação de tudo isso que garante uma boa investigação.

O questionário revela o grau dos sintomas e o momento em que eles eclodem. "Já no que chamamos de avaliação miofuncional, pedimos para o paciente mastigar uma bolacha para analisar o trabalho da musculatura local", exemplifica. A eletromiografia, por sua vez, se vale de eletrodos colados à têmpora e às bochechas para checar as contrações musculares. "Com esses dados conseguimos não só detectar o problema mas também monitorar melhor a resposta ao tratamento", avalia Cláudia.

As disfunções da mandíbula costumam trazer dor de cabeça. No sentido figurado: não é raro perambular entre médicos e dentistas atrás do motivo das aflições. E no sentido literal. "A DTM pode causar dores de cabeça secundárias ou agravar enxaquecas já existentes", acusa Daniela. Não à toa, há quem se entupa de analgésicos, negligenciando, sem querer, o foco do desconforto. Embora o adulto seja seu alvo, a DTM também é capaz de atormentar crianças e adolescentes. Os estudos a respeito são divergentes, até porque, nessa fase da vida, os sinais do problema são mais leves e difíceis de ser detectados. "Relatos mostram que os sintomas da disfunção são raros na época dos dentes de leite, enquanto outros indicam uma prevalência de 16%. De qualquer maneira, o número aumenta na adolescência", pontua a dentista Maria Beatriz Gavião, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, no interior paulista.

CALA-TE, DOR
Apesar de complexa e rodeada de confusões, a DTM pode ser contra-atacada. Muitas vezes o tratamento exige não apenas o dentista, mas fonoaudiólogos, fisioterapeutas... Para nossa sorte, as armas que enfrentam o transtorno estão cada vez mais afiadas. Se o ultrassom já rendia bons resultados, o raio laser de baixa potência, ainda novo nessa área, não decepciona. O aval para as duas tecnologias vem de uma pesquisa recém-concluída na USP de Ribeirão Preto pela dentista Thaíse Carrasco.

"O ultrassom promove um calor profundo na região, estimulando a dilatação dos vasos e diminuindo a inflamação local", explica Thaíse. "O laser também surte efeito anti-inflamatório e incentiva a liberação de substâncias que aliviam a dor", completa. No trabalho com 30 voluntários, a especialista provou que as técnicas empatam em termos de eficiência. "Elas são, contudo, terapias de apoio, ou seja, não dispensam atacar as causas do problema", lembra.

Em muitos casos, só uma investigação minuciosa aliada a mudanças comportamentais desarticula a DTM. "É preciso saber se o paciente range os dentes à noite ou os aperta durante o dia por causa da tensão", exemplifica o dentista André Felipe Abrão, do Centro de Estudos, Treinamento e Aperfeiçoamento em Odontologia, na capital paulista. Só assim dá para traçar um plano de ação contra o suplício. A participação do paciente, aliás, é essencial. "Ele precisa aprender o que é ruim para a sua condição e corrigir os erros", diz Guimarães. Nessas horas, fugir do estresse, que repercute na musculatura da ATM, já é mais do que um bom começo.


Fonte:Revista É Vital

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Acupuntura contra a tensão na mandíbula



Estudo brasileiro mostra que as agulhas são grandes aliadas de quem convive com a DTM, a disfunção temporomandibular



 

Uma das formas de minimizar esse transtorno que causa dores no maxilar e na cabeça é recorrer a uma placa acoplada aos dentes durante anoite a fim de diminuir a tensão local. “Só que esse dispositivo de uso diário costuma causar desconforto e atrapalhar o sono”, conta o professor Rodrigo Galo, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Com isso em mente, o especialista decidiu testar se a acupuntura poderia ser uma alternativa ao tratamento noturno convencional. Ele dividiu 25 pacientes em duas turmas: a primeira recebeu dez sessões semanais de agulhadas e a segunda continuou com a placa. No final, Galo no touque a acupuntura teve um efeito muito semelhante ao da placa, com a vantagem de proporcionar um sono melhor e mais qualidade de vida. “Além de aliviar a dor, a técnica se vale de pontos que reduzem o estresse e a ansiedade, condições que agravam a DTM”, explica.


Até Nos Pequenos
Em outra pesquisa, o dentista Rodrigo Galo avaliou o potencial da acupuntura em crianças com DTM— quando elas tinham medo das agulhas, optou-se pela aplicação de um laser especial sobre os pontos. “as crianças também respondem bem ao método”, garante.




Fonte:Saúde é Vital!

sábado, 18 de maio de 2013

Disfunção da Articulação Temporo-Mandibular (ATM)










 



Para ajudá-lo a tomar decisões corretas sobre sua saúde, saiba um pouco mais sobre esta disfunção.


A Disfunção da ATM é o funcionamento anormal da articulação temporo-mandibular, ligamentos, músculos da mastigação, ossos maxilar-mandíbula, dentes e estruturas de suporte dentário.

Quando existe a disfunção, o paciente apresenta sintomas, como dor de cabeça, dor de ouvido e/ou zumbidos, dor ou cansaço dos músculos da mastigação, ruídos articulares (estalos ou crepitação) e dificuldade para abrir a boca.

A disfunção da ATM está relacionada a hábitos comuns, como o apertamento dentário e o bruxismo (frender ou ranger), morder objetos estranhos, roer unhas, mastigar chicletes, postura da cabeça (para a frente), o de prender o telefone com o queixo ou ainda apresentar fatores relacionados com o estresse, depressão e ansiedade ou eventos traumáticos.

Estes pacientes apresentam um quadro clínico muitas vezes obscuro, devido a complexidade anatomo-funcional da cabeça e o comprometimento emocional, envolvendo, no estudo desta doença, o médico clínico, ORL, neurologista, cirurgião buco-maxilo-facial, dentista clínico, médico fisiatra, fonoaudiólogo, psiquiatra e também o psicólogo, pelo constante estresse e tensão emocional, já que a dor muscular causa tensão e depressão, criando-se assim um ciclo vicioso de dor-depressão, característico nos pacientes com dores crônicas.

Na maioria dos casos, por sentir dor de ouvido ou dor de cabeça (talvez, a mais freqüente de todas as queixas de dor local intermitente e, por serem manifestações heterotópicas é uma dor primária bastante rara), submetem-se a avaliação médica e exames de eletroencefalografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, no entanto, sem chegar a um diagnóstico preciso por tratar-se de pacientes com disfunção da ATM.

Esta disfunção é encontrada, com maior freqüência nas mulheres, sendo aproximadamente de 9 mulheres para 1 homem. Tenta-se explicar esta alta incidência, devido ao fato da mulher estar exposta ao estresse emocional, às mudanças hormonais durante o ciclo menstrual o a gravidez e às alterações anatômicas, que produziriam uma má relação do côndilo com o disco articular; e também, comparadas aos homens, procuram com maior freqüência ajuda médica. Em relação a idade, pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais comum dos 30 aos 40 anos.

A oclusão dentária representa papel importante como fator predisponente que altera o sistema mastigatório, incrementando os riscos para desenvolver disfunção de ATM. Os hábitos parafuncionais e má-oclusão dentária induziriam micro-traumas na ATM, desenvolvendo-se assim lesões degenerativas no côndilo e no disco articular.

Cabe ao Cirurgião Dentista especializado a grande responsabilidade para o correto controle das dores oro-faciais. Sua experiência e a busca constante de melhorias nos serviços técnicos prestados, orientados pela ética e responsabilidade profissional, fará com que diferencie as dores que vêm das regiões orais e, portanto, elimine-as com procedimentos odontológicos. Aquelas que provêm de outras regiões necessitam de tratamento médico.



O que é " DTM"?


De acordo com o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, mais de dez milhões de americanos sofrem de Disfunções/Desordens da ATM. Esta é a estimativa mais conservadora que encontramos.


As Desordens Temporo-Mandibulares se referem a um conjunto de condições médicas e odontológicas, que afetam a articulação temporo-mandibular (localizadas na frente dos ouvidos e que conectam a mandíbula ao crânio) e/ou os músculos da mastigação, como também estruturas da face, relacionadas ao complexo maxilo-mandibular.

Podem manifestar-se através de um simples estalo articular e desconforto moderado na frente dos ouvidos a um completo bloqueio da mandíbula e dor severa.

O disco é um tecido similar ao menisco do joelho, posicionado junto à cabeça da mandíbula (côndilo mandibular) e age como um amortecedor, entre o crânio e o côndilo. Quando intactas, são as únicas articulações no corpo humano que trabalham juntas (bilateralmente) como uma unidade. Estas articulações nos permitem executar funções como abrir e fechar a boca, mastigar, deglutir, respirar, falar e etc...


Os problemas que podem acontecer com a articulação temporo-mandibular são artrites, traumas, tumores, deslocamentos do disco, perfurações, travamento mandibular e queixo caído. Outro componente freqüente destas Disfunções/Desordens articulares são os músculos da mastigação, diagnosticado como Disfunção Dolorosa Miofacial. Você pode já ter sentido problemas articulares, musculares ou ambos.

Se você tem DTM, pode ter gasto anos de sua vida sendo encaminhado de um médico a outro em busca de alívio. Esses profissionais podem ter mencionado loucura, necessidade de melhorar sua ansiedade ou que você não tem dor. E, depois que você gastou milhares de reais em tratamentos, o abandonou alegando não existir mais nada a ser feito por você.

Se isto lhe soa familiar, você não está só e nem louco, e principalmente não deve culpar-se por não ter melhorado. É possível que tenha recebido um ou muitos do mais de 52 tratamentos recomendados aos pacientes com disfunção de ATM neste país, pois a maioria é recomendada com base na preferência do profissional ou experiência pessoal.

Por isto, é importante que o Cirurgião atualize constantemente seus recursos humanos e materiais na busca da excelência de seus serviços de saúde, desenvolvendo-os com eficiência e principalmente transmitindo e oferecendo segurança aos seus clientes.

Sua experiência pessoal pode mostrar que há muita discordância entre os profissionais sobre a maioria dos aspectos das Disfunções/Desordens da ATM.



Como Chamamos esta Doença?

Atualmente, os pesquisadores e a comunidade científica denominam este problema de Disfunção de ATM ou Desordens Temporo-mandibulares (DTM ), dependendo de quem a está discutindo, podendo ser chamada por um grande número de nomes (Desordens Temporo-Mandibulares, DTM, DISFUNÇÃO DE ATM, SÍNDROME DA DOR MIOFASCIAL, SINDROME DE COSTEN). De fato, a confusão que gira em torno destes nomes simplesmente reflete a dificuldade de tratamento nestas articulações, fator que contribui para a padronização do atendimento.



Sintomas

Os sintomas comumente citados são os seguintes:

    • dor facial
    • dor mandibular
    • dor no pescoço, ombro e/ou costas
    • dor nas articulações ou face, ao abrir ou fechar a boca
      (bocejar ou mastigar)
    • enxaquecas (tipo tensão)
    • inchaço ao lado da boca e/ou da face
    • mordida que sente incômoda, "fora de lugar" ou como se estivesse mudando continuamente
    • abertura limitada ou inabilidade para abrir a boca confortavelmente
    • desvio da mandíbula para um lado
    • travamento ao abrir ou fechar a boca
    • ruídos articulares e dor de ouvido
    • surdez momentânea
    • vertigem ou zumbido
    • ouvido tampado
    • perturbações visuais



Diagnóstico

O diagnóstico de DTM está baseado em vários sintomas, testando a amplitude dos movimentos mandibulares, auscultando os ruídos articulares, examinando o engrenamento dos dentes, apalpando as articulações como também os músculos da face e cabeça. Geralmente o cirurgião oral, pergunta ao paciente em busca de informações que causam a dor e outros sintomas, traumas, hábitos orais, tratamentos médicos e dentais prévios.



Instrumentos de diagnóstico

Os mais comum são:

A) Radiografias Convencionais (radiografias planas, inclusive panorâmica): são rápidas e relativamente baratas. Porém, elas mostram somente a estrutura óssea da articulação, sendo geralmente úteis para avaliar mudanças morfológicas e processos degenerativos da doença.  
B) Tomografia Linear ou Planigrafia: este exame mostra "fatias" da articulação. Quando realizadas corretamente e com precisão, permitem melhor visualização que nas radiografias convencionais. As principais desvantagens da tomografia são o tempo e o custo elevado e, como as radiografias convencionais mostram somente o osso.
C) Tomografia Computadorizada: mostra os mínimos detalhes do osso, com uma dose mínima de radiação. Os custos são bastante altos e oferecem uma visão limitada do disco articular e dos tecidos moles.
D) Ressonância Magnética: produz imagens detalhadas e precisas do tecido mole e é considerado o melhor método para estudar a ATM. Nenhuma radiação é usada, mas como o equipamento é sofisticado os custos são altos; às vezes, acima de R$ 1.000,00 para ambos os lados da articulação.
E) Artrotomografia: permite o estudo posicional e funcional da articulação, inclusive do disco articular. O procedimento é realizado pela injeção de um material de contraste na articulação, seguida por radiografias ou tomogramas, vídeo ou uma combinação. Um profissional qualificado é um imperativo para interpretação do exame, o procedimento pode ser muito incômodo, mas quando feito corretamente, a artrografia pode ser uma ferramenta de diagnóstico extremamente precisa.

Foram desenvolvidas uma variedade de outras técnicas para diagnosticar DTM, inclusive para localizar as contrações musculares, chamada de eletromiografia de superfície, sonografia (SonoPak), termografia e cinesiografia. São exames que detalham com precisão as estruturas afetadas.

A Conferência de Tecnologia do Instituto Nacional de Saúde dos EUA fez observações e comentários sobre estes métodos de diagnóstico. Os fabricantes desses dispositivos de instrumentação diagnóstica argumentam que "são métodos clinicamente úteis e objetivos que servem para quantificar os componentes físicos de DTM em pacientes que estão em tratamento".

Os oponentes ao uso rotineiro desses aparelhos dizem que "nenhum dos instrumentos oferecem mais informações e nenhum deles provou a validade diagnóstica ou utilidade clínica, a não ser o seu uso em pesquisas". Estes exames podem ter um custo muito elevado.



Auto-Ajuda para Disfunção e/ou Desordens da ATM

Se você acha que tem um problema de DTM, primeiro consulte um médico, para descartar doenças ou problemas que possam imitar ou expressar sintomas semelhantes aos das doenças de DTM.

Muitas pessoas que sofrem de DTM têm grandes chances de melhorar com tratamentos reversíveis. Às vezes, o problema melhora gradualmente.

Gostaríamos de oferecer técnicas de auto-ajuda que podem aliviar os sintomas:

calor úmido: O calor reduz a inflamação e melhora a função. Use uma bolsa ou uma garrafa de água quente ou uma toalha morna embrulhada ao redor do rosto, com cuidado para não se queimar;
gelo: O gelo tem o mesmo efeito que o calor e também aumenta o fluxo de sangue, promovendo o relaxamento muscular. Se você for usar uma bolsa de gelo, embrulhe-a em um pano e coloque-a no rosto, por no máximo 10 minutos para não danificar sua pele;
dieta macia: As comidas brandas temporariamente podem ajudar ao permitir que a mandíbula e músculos circunvizinhos descansem. Evite especialmente comidas duras, crocantes ou trituráveis, que possam traumatizar a articulação ou que lhe exijam abrir a boca amplamente, como uma maçã ou uma espiga de milho. Não mastigue chicletes;
uso de analgésicos: Talvez você tenha que experimentar vários analgésicos, até encontrar um que melhor se adapte ao seu organismo. Acetominofen, como Tylenol, ajudam algumas pessoas, outros encontram alívio com o uso da Aspirina ou Ibuprofen. Alguns medicamentos necessitam de prescrição. Confira com seu cirurgião oral antes de tomar qualquer tipo de medicamento;
exercícios mandibulares: Exercitar a mandíbula, abrir e fechar lentamente sua boca, mover a mandíbula para os lados; isto, às vezes, melhora a mobilidade. Exercícios que causam um aumento da dor ou da deficiência devem ser descontinuados; e
técnicas de relaxamento: Há evidências de quetécnicas de relaxamento diminuem o sofrimento em casos de dor crônica. Respire lenta e profundamente, enrijeça e relaxe seus músculos alternadamente. A ioga e/ou hipnose são úteis para algumas pessoas.


Se Você foi Diagnosticado "Disfunção de ATM"

Auto-educação: Um paciente bem informado pode tornar melhores as difíceis decisões relativas às opções de tratamento e discutí-las com o profissional. Aprenda, tanto quanto possível, lendo e falando com outras pessoas que sofrem de ATM.



Tratamento

Há várias opções de tratamento e uma variedade de termos usados para descrever estes diferentes métodos de tratamento. Porém, a maioria dos cuidados que seu cirurgião oral oferecerá vão incluir no mínimo, quatro ou mais dos seguintes tratamentos:

    • educação do paciente e auto-cuidado
    • modificação do comportamento, incluindo técnicas de relaxamento e cuidados com o estresse
    • medicamentos
    • terapia física
    • terapia de aplicação ortopédica (placa estabilizadora)
    • terapia oclusal (ortodontia, reabilitação oral, etc...), às vezes, necessária
    • cirurgia

Os objetivos do tratamento são:

    • reduzir a dor
    • restabelecer função mandibular confortável
    • limitar a recorrência da dor
    • restabelecer o padrão de vida normal, o mais rapidamente possível.



Recomendações de tratamento

Freqüentemente, somado à dor física, existe o estigma que muitos cirurgiões maxilo-faciais ou médicos impõem aos seus pacientes de ATM, que seu problema é psicológico e não desejam melhorar ou não podem corrigir o estresse. Sabemos que o tratamento farmacológico, que se utiliza para aliviar as dores persistentes relacionadas com DTM (ATM), são iguais aos tratamentos de outras condições de dores crônicas.

Opiáceos e AINEs (medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais) são analgésicos e deveriam ser implementados proporcionalmente à intensidade da dor apresentada pelo paciente.

Podemos presumir que, com estas recomendações, a dor relacionada à ATM seja adequadamente controlada, portanto, os pacientes poderiam desfrutar de uma melhor qualidade de vida, cessando a sua desesperada busca por um tratamento mágico para aliviar sua dor. Recentemente, houve uma explosão de pesquisas científicas, que estão ampliando a compreensão dos mecanismos de neurofisiologia da dor, seus neurotransmissores e sistemas nervosos periférico e central.

QUESTIONÁRIO DE DOR ORO-FACIAL E DESORDENS TEMPORO-MANDIBULAR (DTM)*
sim
às vezes
não
1 - Sente dificuldade para abrir bem a boca?
2 - Sente dificuldade para movimentar sua mandíbula para os lados?
3 - Tem cansaço/dor muscular quando mastiga?
4 - Sente dores de cabeça com freqüência?
5 - Sente dor na nuca ou torcicolo?
6 - Tem dor de ouvido ou nas regiões das articulações?
7 - Já observou se tem algum hábito de apertar e/ou ranger dentes?
8 - Sente que seus dentes não se encaixam bem?
9 - Você se considera uma pessoa tensa/nervosa?

Instruções
Some 3 pontos para cada resposta Sim, 2 pontos para cada resposta Às vezes e 0 pontos para cada resposta Não.


Resultados

De 19 - 30 pontos: É provável que você tenha desordens temporo-mandibulares

De 13 - 18 pontos: Você está com condições clínicas favoráveis para ter desordens temporo-mandibulares

De 06 - 12 pontos: Você está com fatores que podem desencadear desordens temporo-mandibulares De 00 - 05 pontos: Não se preocupe, você não tem desordens temporo-mandibulares

*Obs.: O teste, aqui apresentado não caracteriza um atendimento profissional.

Para uma avaliação completa e segura consulte um especialista.



Fonte:http://www.dentofacial.com.br/bmf01_disfuncao.html

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Tratamento de canal menos doloroso que antigamente



Pesquisadores cariocas mapeiam o jeito mais certeiro de tratar o problema de canal






Ele está na boca do povo, provocando dores que nem comprimidos de analgésico silenciam. É voar até o consultório e ouvir: "Precisamos tratar o canal". Antes que a vítima rogue pragas imaginando que perderá o dente ou passará por uma sessão de tortura, convém lhe informar que ela vive no século 21 e a endodontia, especialidade focada nas profundezas da dentição, evoluiu bastante. Foi-se o tempo em que resolver um canal demandava três, quatro peregrinações, às vezes dolorosas, até ali. E é no sentido de aprimorar ainda mais os procedimentos e seus resultados que um grupo da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, tem pesquisado as melhores formas de arrematar o suplício. "Queríamos saber qual o tratamento mais eficiente para eliminar a infecção que ataca a polpa do dente", conta o dentista José Freitas Siqueira Júnior, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da instituição.

Agora, um momento de suspense não proposital. Porque, antes de revelar os achados da equipe de Siqueira, é nosso dever desmitificar o que é o canal. O senso comum prega que é a morte do dente ou a ruína do nervo que mora ali. "O termo se refere, na verdade, a um processo de inflamação e infecção na polpa dentro do dente e que, quando progride, pode levar à morte dessa estrutura e chegar até a raiz", explica Giulio Gavini, professor titular de endodontia da Universidade de São Paulo.

E como será que as bactérias fariam esse ataque terrorista? "As duas principais causas de canal são a cárie e traumas nos dentes", conta o endodontista Mario Zuolo, da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas. Ou seja, a corrosão gradual ou a destruição das suas camadas externas abrem a brecha para os micróbios tomarem a polpa, cheia de vasinhos e terminações nervosas. "Por causa da inflamação, aumenta a pressão ali dentro, oque comprime o nervo e causa dor", descreve Siqueira. Se o indivíduo demora para ir ao dentista — e não é à toa que até alguns prontos-socorros já dispõem de especialistas —, a contaminação leva à necrose, estágio em que a infecção avança dente abaixo e não raro gera abscessos. Daí os inchaços no rosto.

A história relatada nas páginas anteriores é compartilhada todo ano por milhares de brasileiros. "Nos Estados Unidos, estimasse que cerca de 40 milhões de tratamentos de canal sejam feitos anualmente. Embora não tenhamos estatísticas precisas no Brasil, o número também deve ser expressivo por aqui", acredita Caio Ferraz, professor de endodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, vinculada à Universidade Estadual de Campinas. "Um trabalho recente na Região Norte do país mostra que uma em cada cinco pessoas já se submeteu ao procedimento", completa.

Apaga o fogo e reforma a casa
Quando alguém chega ao dentista com o canal em crise, o tratamento se divide basicamente em abrir o dente e aliviar a dor infernal, desalojar as bactérias invasoras dali e, por fim, remendar sua área interna. No estudo da Universidade Estácio de Sá, conduzido com 80 pessoas, os especialistas buscavam identificar técnicas e medicamentos mais eficazes para que o tratamento ocorresse numa boa e não cobrasse complicações mais tarde. "Descobrimos que, após remover a polpa doente, quanto mais largos forem os espaços para introduzir depois o material de obturação, maior a chance de eliminar as bactérias", relata Siqueira. Ele e seus colegas também notaram que é melhor tratar o canal em duas sessões quando a infecção toma conta da polpa— na primeira faz-se a faxina extraindo a área contaminada e, uma semana depois, instala-se a obturação definitiva —, embora existam casos em que uma única ida ao dentista seja suficiente. E ainda identificaram a substância antimicrobiana e o material de vedação mais duros na queda.

Dados como esses ajudam a nortear as operações e minimizar falhas que culminam na reincidência do problema. "Muita gente ainda teme que o tratamento de canal siga a regra dos três Ds: demorado, difícil e dolorido, o que é um engano", garante Zuolo. "Hoje, com um profissional capacitado, em pouco mais de uma hora tratamos o dente", pontua Siqueira. Ter esse cenário mais tranquilizador em mente é importante para que ninguém negligencie a invasão da polpa dentária. "O canal não tratado pode virar um foco de infecção capaz de causar abscessos até nas regiões das vias aéreas. E ainda há a possibilidade de as bactérias ganharem a corrente sanguínea e afetarem órgãos como o coração", alerta Ferraz. Reparou que os micróbios são os grandes responsáveis pela confusão? Não à toa, o time do professor Siqueira também se debruça sobre as principais bactérias que penetram nos meandros da dentição. Uma curiosidade: o bichinho mais envolvido no canal não é o mesmo da cárie, que parece cavar o caminho para o seu parceiro atacar. "Só dá para desenvolver uma vacina se conhecermos o que causa o problema", compara Siqueira, fazendo alusão à escolha e à procura de drogas mais específicas e potentes contra o micro-organismo.

Toda informação é útil para deixar as técnicas odontológicas mais apuradas. Oque, no caso da endodontia, significa salvar, sempre que possível, o arcabouço dentário— é claro que, às vezes, o dano é tão grande que pede a implantação de uma coroa. "Nosso objetivo é prevenir a extração do dente, e hoje, felizmente, as taxas de sucesso no tratamento de canal chegam a 95%", diz Gavini. E olha que a ciência não se dá por satisfeita. Já são testadas em laboratório até mesmo células-tronco a fim de regenerar a polpa perdida. Lógico, isso demorará alguns anos para chegar à boca humana. Por isso, é bom voltar a falar em prevenção. Quem não deseja enfrentar a dor violenta do canal nem ter de apelar ao dentista para apagar o incêndio e reformar o dente precisa aderir às regras básicas da higiene bucal: escovar e passar o fio depois das refeições e visitar o consultório odontológico pelo menos uma vez por ano. Afinal, apesar de tantos avanços, prevenir ainda é melhor que consertar.








 
 
 
 
 

A hora do restauro


Em um segundo momento, o especialista usa um material de obturação para rechear o espaço ocupado pela polpa, mantendo, assim, a carapaça do dente. Se a estrutura toda estiver muito danificada, é preciso instalar uma coroa para fazer as vezes do dente.
 
 
 
 
FONTE: Revista Saúde é Vital!