sábado, 21 de abril de 2012

Especialistas reforçam que aparelho ortodôntico não é modismo











Prof.Paulo Thomé Vasconcelos


Professor Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da Inig/APCD Vila Mariana
Membro da Foundation For Orthodontics Research USA
Professor do Centro de Estudos de Ricketts
Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da Associação Odontológica  de Ribeirão Preto
Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da ABO/RO
Professor Convidado da CONOGE  APCD Central
Professor Convidado da Salón Dental Chile 





Apesar dos inúmeros modelos e acessórios,indicação do aparelho deve ser feita apenas para casos em que há necessidade de tratamento.


Por Mariana Pantano e Swellyn França
Jornal da APCD Abril/2012

O especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial,Paulo Thomé Vasconcelos,explica que a busca por dentes alinhados ocorre desde antes de Cristo (a.C.)."Arqueologistas descobriram múmias que possuíam bandas artesanais de metal em cada dente,e cordões de metal de ouro,a fim de fechar espaços nas arcadas.Entre 400 a 500 anos a.C.,Hipócrates e Aristóteles relataram a possibilidade de alinhamento de dentes,como alguns outros relatos encontrados na Grécia Antiga sobre aparelhos para manter espaços e prevenir apinhamento da dentição durante a vida."

Kátia Simone diz, "Trata-se de mecanismos que aplicam forças sobre estruturas vivas e há sempre o risco de alterações que podem ser irreversíveis levando à perda da dentição.Saliento também,um outro ponto: a divulgação dos riscos do tratamento ortodôntico deve ser orientada  para que a população procure sempre um especialista ,profissional preparado para executar um tratamento de qualidade,que foi treinado adequadamente e atua como responsabilidade."

Luciano Carvalho cita índice muito elevado de maloclusão,maior valorização da estética ,custo acessível,modernização dos aparelhos, aumento da expectativa de vida da população mundial, busca por melhores condições de saúde, e pela beleza,como fatores que levam as pessoas a procurarem o tratamento ortodôntico.



Paulo Vasconcelos tem a mesma opinião: " não acredito em moda,mas sim em uma melhor situação sócio-econômica  e cultural da população brasileira nos últimos anos,o que permitiu maior acesso a este tipo de tratamento.Somado a este fato,houve a evolução estética dos aparelhos ,bem como a disseminação entre os ortodontistas de técnicas ortodônticas que possibilitam a colagem de bráquetes apenas nos setores dentários que realmente necessitam de correção,quando antes era necessário a colagem em toda a arcada mesmo que boa parte dos dentes estivessem bem posicionados."


HARMONIA ESTÉTICA E FUNCIONAL

O trabalho do ortodontista consiste em diagnosticar,por meio de estudos de modelis das arcadas dentárias,telerradiografias laterais,panorâmicas e fotografias,quais estruturas são responsáveis pelo desequilíbrio facial ou dentário e determinar,de forma individualizada,o melhor tratamento para o paciente." O ortodontista deve estar apto a detectar problemas funcionais como,por exemplo,de deglutição,de fonação e respiratório,com o objetivo de orientar quanto à  necessidade da participação no tratamento de um fonoaudiólogo e otorrinolaringologista,por exemplo,pois o tratamento e manutenção do resultado obtido depende do equilíbrio entre os dentes e todas as estruturas adjacentes.Por outro lado,o profissional deve distinguir quando a maloclusão é temporária e se irá ser solucionada naturalmente,sem necessidade de nenhum dispositivo,pois aparelho mal indicados podem provocar danos irreversíveis às estruturas de sustentação,ou no mínimo,dificultam a higienização.devendo ser indicados apenas qunado há necessidade",explica Paulo Vasconcelos.

Já o uso de aparelhos ortodônticos é indicado quando há um desalinhamento,desnivelamento,apinhamentos,mordidas abertas ou cruzadas,diferenças de tamanho ou posição entre maxila e mandíbula no sentido transversal,ântero - posterior,ou protrusão de ambas as arcadas,prejudicando o perfil do paciente."Devemos inidicar o tratamento ortodônticos o mais precocemente possível,principalmente nos casos de mordidas cruzadas para evitar comprometimentos futuros e assimetria facial.O ortodontista deve estar atento e apto a usar o crescimento facila em prol do tratamento,por isso,a importância de se começar cedo.As anomalias de fala,deglutição,dicção e respiração também devem ser rapidamente sanadas para nao agravar o problema.Através de previsões de crescimento,é possível prever com 95% de exatidão,aos oito anos de idade,se o paciente irá ter problemas nas bases ósseas,cirúrgicos ou até impactação dos sisos quando tiver 15 anos(mulheres) ou 18 (homens),conta Vasconcelos.





TEMPO DE USO DO APARELHO ORTODÔNTICO VARIA CONFORME O INDIVÍDUO

Paulo Vasconcelos conta que é muito difícil prever o tempo de tratamento ortodônticos porque depende de muitas variáveis como tipo facial,colaboração do paciente,grau de dificuldade do caso,contudo,numa média geral,o tempo varia de dois a cinco anos."Considero de suma importância a conscientização do paciente e dos pais,e a participação de cada um deles no tratamento sobre o resultado esperado de cada atendimento."

Carolina Oliveira, esclarece que " o tempo de uso dos aparelhos depende muito do correto diagnóstico,planejamento e idade da criança.Existem problemas dentários que devem ser corrigidos logo,como a mordida cruzada,que só tende a piorar com o tempo.Muitas vezes,a interrupção dos maus hábitos já pode levar a uma auto correção ou melhora parcial da  mordida.Quando as crianças têm problemas ósseos e não apenas dentários,o tempo de tratamento se prolonga,pois há necessidade de uso de mais de um tipo de aparelho e também porque o ortodontista deve acompanhar o crescimento e desenvolvimento bucal da criança."

Luciano Carvalho,acrescenta que o tempo de tratamento também depende da colaboração do paciente,resposta óssea etc.,ou seja,é um processo biomecânico e,por isso,deve obedecer à individualidade."Porém,segundo observação feita nos tratamentos ortodônticos apresentados pelos diplomados do Board Americano de Ortodontia ,em 2009,que ocorreu durante o Congresso Americano de Ortodontia,em Boston,EUA,os mesmos levavam em média 28 meses,indepedentemente do tipo de técnica e aparelhos utilizados",lembra ele.

Kátia Simone salienta que o tempo de tratamento é diretamente proporcional à gravidade do problema."Com o início da terapêutica em idade mais precoce,toda a plasticidade óssea fica a nosso favor,favorecendo e até mesmo diminuindo o tempo total de tratamento.

TRAÇÃO EXTRA BUCAL

O especialista em Ortodontia,Paulo Vasconcelos ,explica que por muito tempo a ação da tração extraoral(TEO) foi mal interpretada e muito mal indicada,sendo usada para todos os tipos de problemas e 24 horas por dia."A TEO é muito usada ainda hoje,contudo,de forma diferente e sua indicação principal é feita para desarmonia das bases ósseas(maxila e mandíbula) com o paciente ainda em crescimento.Este dispositivo deve ser usado à noite e com complemento durante o dia,totalizando 14horas/dia com 450g de força.Devolve a harmonia facial e permite que a mandíbula cresça em todo seu potencial genético enquanto a maxila é rotacionada por trás e para baixo,resultando em uma redução ortopédica."


Kátia Regina afirma que o aparelho ortodôntico extrabucal é excelente,porém,alguns pacientes preferem outros recursos por causo do apelo estético."É muito difícil convencer um paciente a usá-la quando os próprios pais do paciente o chamam de 'freio de burro'.Existem outros aparelhos que são similares,porém,o extrabucal é excelente quando o paciente usa".

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