sábado, 3 de dezembro de 2011

PROCEDIMENTOS NECESSÁRIOS NO ATENDIMENTO
   EM CASOS DE DENTES DECÍDUOS INTRUÍDOS


A intensidade do impacto e a direção do deslocamento do dente decíduo intruído irão indicar qual o melhor tratamento a ser realizado para a manutenção da  integridade das estruturas e preservação do futuro dente permanente.A linha geral para o tratamento consiste  em controle clínico e radiográfico com possível reerupção passiva do dente intruído quando não há proximidade deste dente com o germe do dente permanente,ou realização da exodontia imediata nos casos em que for constatada proximidade com o germe permanente.


A ocorrência de deslocamentos dentários por traumatismos na dentição decídua é maior do que a de fraturas devido  à maior resiliência do tecido ósseo alveolar que circunda os DD,fazendo que o dente sofra movimentação antes de se fraturar.


Estado geral - Detectar se há lesão no corpo ou na cabeça e sintomas sugestivos de traumatismos crânio-encefálico como período de inconsciência,cefaléia,náuseas,vômitos e amnésia.Caso sejam constatados tais sintomas,a criança deverá ser encaminhada para o profissional da área médica competente.


Exame clínico - Verificar a presença de ferimentos extra-orais como contusões,lacerações ou abrasões e tratá-los,se necessário.Examinar cabeça,pescoço,articulações têmporo mandibulares,presença de dor e desvios mandibulares do tipo condilares devem ser consideradas.

Intra-oralmente - Examinar os tecidos moles verificando a presença de lacerações na língua,nos lábios,nas mucosas e nos freios,que deverão ser  suturados caso seja necessário.Examinar tecidos duros(ossos e dentes),nao se restringindo apenas ao dente objeto de queixa.

Exame radiográfico - Realizar a técnica periapical modificada,que consiste numa tomada oclusal,usando-se  um filme periapical de adulto,posicionando o maior comprimento de filme no eixo da comissura labial.A vantagem dessa técnica é que a criança morde o filme,não havendo necessidade de segurá-lo ou prendê-lo.











Pode ser realizada tanto para os dentes anteriores superiores quanto para os inferiores.A técnica radiográfica lateral de nariz também poderá ser realizada  usando-se um filme oclusal ou periapical de adulto,segurado pela mãe ou pela própria criança com o polegar e o indicador entre suas extremidades e apoiado paralelamente à face do paciente.Para essa  tomada,duplica-se o tempo de exposição usado na radiografia periapical normal.









Na interpretação radiográfica ,devem-se observar as dimensões radiográficas do dente intruído na radiografia periapical modificada.Se o DD intrui por vestibular do germe em desenvolvimento ,a sua imagem radiográfica será encurtada ao seu homólogo.
Ao contrário,se o deslocamento do dente intruído for em direção ao germe do dente permanente,a imagem radiográfica será alongada.

A relação do dente intruído com o germe do dente permanente é a consideração mais importante para realizar o tratamento desses casos.Se ocorrer injúria no dente permanente,ruptura de tábua óssea vestibular ou aparecimento do ápice do DD por vestibular deverá ser realizada a EXODONTIA cuidadosa.Do contrário,se não ocorrer injúria no DP,deverá ser feita a PROSERVAÇÃO  e deverá ser esperada a reerupção espontanea do dentre intruído entre 1 a 6 meses.
Caso não aconteça a reerupção nesse prazo,poderá ser indicativo de que o dente intruído sofreu anquilose e este então deverá ser extraído.
Nos casos em que houver indicação pela espera da reerupção,os pais devem ser orientados quanto a necessidade de realizar uma cuidadosa higiene do local,instituir uma dieta pastosa e remover hábitos bucais ( succção de dedo ou chupeta) que possam interferir no movimento de reerupção do dente intruído.Também deverá ser resaltada a importância da realização de exames periódicos para avaliar o progresso da reerupção.
Para monitorar a reerupção espontânea do DD intruído,é necessário um meticuloso controle clínico e radiográfico periódico.Esses exames devem ser realizados no dia da primeira consulta,após 1 semana ...1,2,3 meses...e a cada 6 meses até a erupção do DP.Devem- se verificar alterações de cor sofridas pelo dente traumatizado,quantidade e direção de movimento de reerupção,detectar sinais clínicos e radiográficos de infecções ou necrose pulpar e verificar a ocorrência de anquilose.
Controle rigoroso do curso de reerupção do dente intruído,removendo-se possíveis interferências pelos dentes vizinhos,pois o trauma pode levar  a mudança na direção original do dente.Desgasta-se os dentes que possam estar dificultando a reerupção.


*VER SE A CRIANÇA JÁ FOI VACINADA CONTRA TÉTANO E  A VALIDADE DESTA.



Fonte : Revista APCD Nov/Dez 2003

            Fotos:
        http://vdisk.univille.edu.br/community/depto_odontologia/get/ODONTOLOGIA/RSBO/RSBO_v8_n1_janeiro-marco2011/v8n01a17online.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário