Um inchaço, irritação, às vezes, uma febre baixa e, de repente, uma pontinha branca. Veja como driblar os desconfortos e relaxe para curtir o sorriso mais lindo do mundo
(Foto: Nana Moraes)
Você nem acredita, mas lá está o seu pequeno com um sorrisão que mostra a ponta do primeiro dentinho. É uma emoção incrível, mas ela tem um preço: o surgimento dos dentes pode vir acompanhado de sintomas cuja intensidade varia de uma criança para outra.
"Meu filho tinha 4 meses quando os incisivos superiores apontaram. Ele chorava muito e queria morder tudo. Agora que os molares estão nascendo, o incômodo diminuiu bem", conta a trapezista Raquel Castro, de 25 anos, mãe de Lucas, de 18 meses. Choros e mordidas são reações normais. "Para nascerem, os dentes precisam romper a gengiva. É esse processo que causa inflamação e leva a criança a morder o que encontra pela frente", tranqüiliza a odontopediatra Alessandra Nassif, de São Paulo. Nem sempre, porém, o mal-estar é tão grande. "Minha primeira filha quase não teve problemas - só um pouco de irritação e, de vez em quando, febre. A caçula, em compensação, chora, fica com febrão e já passou por diarréias fortes", conta a advogada Danielle Tadros, de 33 anos, mãe de Nicole, de 2 anos, e de Júlia, de 6 meses.
"Cada bebê reage de um jeito", confirma o pediatra e neonatologista João Coriolano Rego Barros, do Instituto da Criança, em São Paulo. Excesso de salivação, irritabilidade, gengiva inchada, fezes amolecidas, perda de apetite e aumento da temperatura são sintomas comuns. "Como a criança leva a mão mais vezes à boca, o risco de gengivites e estomatites é maior", alerta o médico. Mas há saídas para amenizar os desconfortos. Conheça os principais cuidados e garanta uma dentição perfeita e saudável para o seu filho.
10 respostas sobre a primeira dentição
1 // Com que idade surgem os primeiros dentes?
Não existe um padrão. Na maioria das vezes, a dentição desponta no sexto mês e se completa até os 2 ou 3 anos - com dez dentes na arcada superior e a mesma quantidade embaixo. Os incisivos centrais inferiores costumam ser os primeiros, mas também não é regra. Em alguns bebês, a gengiva incha a partir do terceiro mês, e os dentinhos começam a sair no quarto mês. Para outros, esse processo só se inicia entre nove e dez meses. Mais raramente, pode acontecer o que os especialistas chamam de "dentes natais", quando a criança já nasce com dentes, ou "neonatais", quando eles aparecem cerca de 30 dias após o nascimento. Nos dois casos, um odontopediatra deve avaliar se a precocidade é indício de distúrbio. A total falta de dentes até 1 ano também exige atenção. Essa demora excessiva pode ser resultado de problemas congênitos ou, mais raramente, de deficiência de cálcio. 2 // Como aliviar a criança dos incômodos dessa etapa?
Ofereça a ela alimentos duros - como minicenouras cruas e bem geladas - e mordedores de silicone, que ajudam a coçar a gengiva e acalmam. "O atrito favorece a ruptura da gengiva. Uma boa tática é deixar os mordedores na geladeira - o frio tem efeito levemente anestésico e estimula a circulação no local", sugere João Coriolano. Massagens leves também são um alívio - para fazê-las, a mãe deve envolver o dedo com gaze embebida em água filtrada ou soro fisiológico frios.3 // Pomadinhas anestésicas podem ser usadas?
4 // Há algum caso que exija medicação?
5 // Quando é hora de consultar o odontopediatra?
6 // Como deve ser feita a higiene bucal?
7 // O que é a cárie de mamadeira?
A cárie é uma doença infecciosa, cujo surgimento depende de uma combinação de fatores como presença de bactérias, baixa salivação, higiene deficiente e dieta inadequada. No Brasil, cerca de 60% das crianças até 3 anos já tiveram cáries e o principal vilão dessa história é o (mau) hábito das mamadeiras noturnas. Como o bebê está dormindo, a higiene deixa de ser feita. Para piorar, a produção de saliva, que ajuda a combater as bactérias, diminui com o sono. Some-se o costume de adoçar a mamadeira e está formado o quadro ideal para o desenvolvimento dessa cárie - que atinge todas as faces do dente e evolui rapidamente, comprometendo toda a dentição. É um problema sério e que requer tratamento imediato.8 // Existe uma dieta "amiga dos dentes"?
Segundo a Associação Brasileira de Nutrologia, para gengivas sadias e dentição forte, a alimentação do seu filho precisa conter os seguintes nutrientes: • cálcio, presente em laticínios, vegetais verde-escuros (como brócolis couve e mostarda), lentilha, ervilha, tofu, salmão, sardinha;• vitamina A, encontrada em ovos, leite, cenoura, fígado, couve, espinafre, vegetais de cor amarelada e alaranjada; • vitamina C, que tem como principais fontes frutas cítricas, pimentão, tomate, batata, goiaba, manga, mamão e hortaliças; • vitamina D, presente em gema de ovo, manteiga, leite, fígado, salmão e atum, além de ser produzida pelo organismo a partir da luz solar.9 // E quais são os alimentos prejudiciais?
A resposta dos especialistas é unânime: açúcar. Adoçar sucos, leite e papinhas, além de não acrescentar nada ao potencial nutritivo desses alimentos, aumenta o risco de cáries. A sacarose, presente no açúcar, atua como uma toxina sobre os dentes, diminuindo a resistência deles. A regra é simples: quanto menor a quantidade e a freqüência com que se consome açúcar, melhor para os dentes do seu filho. Refrigerantes, obviamente, estão entre os itens que você deve eliminar do cardápio.10 // Há algo pior do que o açúcar para os dentes do bebê?
Mais uma vez, há unanimidade: a chupeta é a maior ameaça. Seu uso constante tem sido relacionado a problemas como deformações da arcada dentária, enfraquecimento dos músculos faciais e dentes tortos. "Por isso, o ideal é que o bebê mame exclusivamente no peito até os seis meses e, em seguida, comece a receber líquidos e alimentos em copos e colherinhas. Assim, é possível evitar os efeitos nocivos de chupetas e mamadeiras", observa o pediatra João Coriolano.Fonte:claudoa.abril.com.br
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