Pesquisa avaliou 1.475 pacientes com tumores na cabeça e pescoço. Sexo oral é a principal forma de transmissão
Um novo estudo realizado pela
Faculdade de Saúde Pública da USP mostra que 72% dos casos de câncer de cabeça e pescoço apresentam o vírus HPV, transmitido principalmente em relações
sexuais desprotegidas.
Os especialistas alertam que a relação entre este vírus e os
tumores nas línguas, garganta e faringe se dá por meio do sexo oral sem
camisinha. A nova pesquisa, divulgada pela Agência FAPESP, foi feita com 1.475
pacientes brasileiros.
Considerando os resultados apenas para o HPV do tipo 16 – o mais relacionado ao desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço entre os 200 tipos de vírus existentes –, a prevalência de casos positivos entre os pacientes do estudo foi de 72%. Nas avaliações mais antiga, feitas entre os anos 1998 e 2003, o índice encontrado foi de 55%, um aumento de 17 pontos porcentuais.
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Ao analisar a sobrevida dos pacientes, os cientistas observaram que, entre aqueles que apresentaram resultado positivo para o HPV, a mortalidade foi 38% menor.
“Estudos internacionais têm mostrado que o HPV tem mais relação com tumores de orofaringe. Os resultados de nosso estudo sugerem, portanto, que os casos de câncer de cabeça e pescoço com presença de infecção por HPV apresentam maior sobrevida, ou seja, são de melhor prognóstico. Mas ainda não sabemos ao certo o motivo”, ressaltou López.
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“Eles formam um grupo de pacientes mais jovens, com maior proporção de mulheres e menor proporção de fumantes. Esses dados merecem uma análise mais aprofundada”, disse Wünsch.
Segundo López, embora as evidências apontem que o HPV esteja se tornando uma causa mais comum de câncer de cabeça e pescoço, o consumo de tabaco e de álcool ainda responde pela maioria dos casos.
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