PROCEDIMENTOS NECESSÁRIOS NO ATENDIMENTO
EM CASOS DE DENTES DECÍDUOS INTRUÍDOS
A intensidade do impacto e a direção do deslocamento do dente decíduo intruído irão indicar qual o melhor tratamento a ser realizado para a manutenção da integridade das estruturas e preservação do futuro dente permanente.A linha geral para o tratamento consiste em controle clínico e radiográfico com possível reerupção passiva do dente intruído quando não há proximidade deste dente com o germe do dente permanente,ou realização da exodontia imediata nos casos em que for constatada proximidade com o germe permanente.
A ocorrência de deslocamentos dentários por traumatismos na dentição decídua é maior do que a de fraturas
devido à maior resiliência do tecido ósseo alveolar que circunda os DD,fazendo que o dente sofra movimentação antes de se fraturar.
Estado geral - Detectar se há lesão no corpo ou na cabeça e sintomas sugestivos de traumatismos crânio-encefálico como período de inconsciência,cefaléia,náuseas,vômitos e amnésia.Caso sejam constatados tais sintomas,a criança deverá ser encaminhada para o profissional da área médica competente.
Exame clínico - Verificar a presença de ferimentos extra-orais como contusões,lacerações ou abrasões e tratá-los,se necessário.Examinar cabeça,pescoço,articulações têmporo mandibulares,presença de dor e desvios mandibulares do tipo condilares devem ser consideradas.
Intra-oralmente - Examinar os tecidos moles verificando a presença de lacerações na língua,nos lábios,nas mucosas e nos freios,que deverão ser suturados caso seja necessário.Examinar tecidos duros(ossos e dentes),nao se restringindo apenas ao dente objeto de queixa.
Exame radiográfico - Realizar a técnica periapical modificada,que consiste numa tomada oclusal,usando-se um filme periapical de adulto,posicionando o maior comprimento de filme no eixo da comissura labial.A vantagem dessa técnica é que a criança morde o filme,não havendo necessidade de segurá-lo ou prendê-lo.
Pode ser realizada tanto para os dentes anteriores superiores quanto para os inferiores.A técnica radiográfica lateral de nariz também poderá ser realizada usando-se um filme oclusal ou periapical de adulto,segurado pela mãe ou pela própria criança com o polegar e o indicador entre suas extremidades e apoiado paralelamente à face do paciente.Para essa tomada,duplica-se o tempo de exposição usado na radiografia periapical normal.
Na interpretação radiográfica ,devem-se observar as dimensões radiográficas do dente intruído na radiografia periapical modificada.Se o DD intrui por vestibular do germe em desenvolvimento ,a sua imagem radiográfica será encurtada ao seu homólogo.
Ao contrário,se o deslocamento do dente intruído for em direção ao germe do dente permanente,a imagem radiográfica será alongada.
A relação do dente intruído com o germe do dente permanente é a consideração mais importante para realizar o tratamento desses casos.Se ocorrer injúria no dente permanente,ruptura de tábua óssea vestibular ou aparecimento do ápice do DD por vestibular deverá ser realizada a
EXODONTIA cuidadosa.Do contrário,se não ocorrer injúria no DP,deverá ser feita a
PROSERVAÇÃO e deverá ser esperada a reerupção espontanea do dentre intruído entre
1 a 6 meses.
Caso não aconteça a reerupção nesse prazo,poderá ser indicativo de que o dente intruído sofreu anquilose e este então deverá ser extraído.
Nos casos em que houver indicação pela espera da reerupção,os pais devem ser orientados quanto a necessidade de realizar uma cuidadosa higiene do local,instituir uma dieta pastosa e remover hábitos bucais ( succção de dedo ou chupeta) que possam interferir no movimento de reerupção do dente intruído.Também deverá ser resaltada a importância da realização de exames periódicos para avaliar o progresso da reerupção.
Para monitorar a reerupção espontânea do DD intruído,é necessário um meticuloso controle clínico e radiográfico periódico.Esses exames devem ser realizados no dia da primeira consulta,após 1 semana ...1,2,3 meses...e a cada 6 meses até a erupção do DP.Devem- se verificar alterações de cor sofridas pelo dente traumatizado,quantidade e direção de movimento de reerupção,detectar sinais clínicos e radiográficos de infecções ou necrose pulpar e verificar a ocorrência de anquilose.
Controle rigoroso do curso de reerupção do dente intruído,removendo-se possíveis interferências pelos dentes vizinhos,pois o trauma pode levar a mudança na direção original do dente.Desgasta-se os dentes que possam estar dificultando a reerupção.
*VER SE A CRIANÇA JÁ FOI VACINADA CONTRA TÉTANO E A VALIDADE DESTA.
Fonte : Revista APCD Nov/Dez 2003
Fotos:
http://vdisk.univille.edu.br/community/depto_odontologia/get/ODONTOLOGIA/RSBO/RSBO_v8_n1_janeiro-marco2011/v8n01a17online.pdf