quarta-feira, 25 de julho de 2012

Eu já havia falado sobre Invisalign nesse post! Minha colega Dra.Trygvy - Clínica Oca - SP


Invisalign


Meus dentes e o Invisalign

25.07.2012
Em: Boca
“Me formei” no aparelho! Demorei muito para escrever esse post porque queria esperar o tratamento terminar para contar tudinho. Então aí vai, minha experiência com o aparelho de dentes Invisalign:
Nunca usei aparelho fixo na infância, só móvel. Mas, um tempo atrás, comecei a notar que meus dentes estavam entortando. Não cogitava colocar aparelho de novo, até que em uma conversa com meu dentista da vida toda, Dr. Marcelo Kignel, no começo do ano passado – com o meu casamento no horizonte (isso sempre influencia no embelezamento haha!) – apareceu essa ideia. Basicamente ele sugeriu dar um tapa geral nos meus dentes. Além do tortinho, uma coisa que sempre me incomodou no meu sorriso era a gengiva um pouco desigual nos dois dentes da frente (família & amigos falam que sou exagerada, mas né, incômodo é incômodo). Então o plano foi 1) corrigir a gengiva (bico, um cortinho que nem senti) e 2) colocar o Invisalign.
Dr. Kignel é muito fã do método Invisalign – aliás, o consultório dele é o maior “colocador” do aparelho no Brasil (e nem um gigaconsultório) – e não demorou muito para me convencer. “O Invisalign é o sonho de todo mundo que precisa colocar aparelho depois da adolescência: não aparece, não dói e não te deixa com cara de criança. E dá para beijar sem problemas!” De fato a questão estética contava muito para mim – como minha preocupação era mais visual e menos “questões de mordida” ou coisas mais saúde, acho que teria ficado com o dente tortinho se a única opção fosse colocar o fixo tradicional. Mais do “Invisa”, como eu apelidei: o dentista faz um projeto virtual da sua boca para mensurar as mudanças e ter noção de como vai ficar, e hoje em dia o aparelho é capaz de realizar todos os movimentos que o fixo faz (no começo era mais restrito). Ele é uma placa fina e transparente que encaixa no dente, realmente quase invisível. E é ”fixo móvel”, ou seja: a recomendação é tirar apenas para comer ou beber coisas quentes. Ele é fabricado nos EUA e a cada duas semanas chega uma nova plaquinha – elas vão fazendo os movimentos determinados pelo dentista, então não existe apertar o aparelho, você troca de placa.
Então… como foi?
A moldagem é dureza! É um pouco diferente da moldagem do aparelho móvel tradicional, usa outro material, é mais agressiva, detonou os cantos da minha boca… mas ok, sobrevivi! E só precisa fazer uma vez – com isso eles executam o 3D virtual da sua boca e vão construindo as plaquinhas. Aí entram em cena os attachments: são como os brackets do aparelho fixo, mas branquinhos, bem discretos e não vão em todos os dentes. Eu tinha uns 3 em cima e 4 embaixo, já nem lembro mais, e todos nos dentes mais de trás. Só olhando com muuuita atenção alguém nota os tais attachments – e é neles que o aparelho encaixa.
Coloquei meu Invisa na véspera do Carnaval do ano passado e vou ser sincera, os dois primeiros dias foram um pouco chatos. Apertou um bocado, me deu dor de cabeça (coisa que nunca tenho), e aí se tirava para aliviar, os attachments detonavam minha boca. E comer foi meio estranho também. Mas juro, passado esse breve tempo de adaptação, nunca mais tive problema. A boca acostumou e eu também, tanto que comecei a sentir falta do Invisa quando esquecia de usar (pra dormir então… terrível, aliás estou até hoje dormindo com uma plaquinha de contenção).
Uma vantagem muito engraçada do Invisa é que ele te desmotiva a comer por impulso – na redação eu tendo a comer bobagem o dia todo, chocolate, polvilho, biscoito, sucrilhos etc etc etc, aquela “fome de ansiedade” de ficar sentada na frente do computador sabem? Mas dá uma preguiça ter que ir no banheiro tirar o aparelho, comer, voltar no banheiro, escovar o dente e recolocar o aparelho….. Então foi ótimo porque super emagreci, e era bem na época pré-casamento ahahhaha! Outra vantagem é o aspecto fixo móvel – por mais discreto que ele seja, é legal ter a liberdade de tirar para ir a um jantar ou uma festa.
Eu não sou muito de sorrir em fotos (já notaram? Não sei porque desenvolvi essa mania, deve ter algo a ver com o fato de não amar meu sorriso além de achar meio estranho sorrir de batons vibrantes, que uso muito…), mas em nome da “reportagem comportamental” apareci num programa de TV com ele (!) e também fiz um vídeo da TV Beauté usando, pra fazer a experiência.
Hahahaha onde está a dignidade!! O momento “mostrando o aparelho” no começo é realmente algo…
Também achei essa foto (cara meio panaca, mas ok), que mandei no Twitter assim que coloquei
No dia a dia, acho que só quem já usou, também usava ou estava interessada em dentes percebia que eu estava de Invisa, era bem raro alguém comentar/perguntar. Detalhe: para o casamento eu fiz uma pausa, tirei os attachments para ficar sem nada de “interferências externas” no dente e na volta da lua de mel recoloquei. Mas só porque era casamento, você vai ter as fotos para sempre etc etc, foi um preciosismo mesmo.
Que mais… a manutenção era bem simples, só tinha que passar no dentista para pegar a plaquinha nova a cada duas semanas (coisa de 5 minutos), sendo que às vezes pegava as próximas duas para facilitar, e limpar todo dia. Eu sentia apertar mais se não tinha me dedicado tanto ao uso nos dias antes de trocar (acontece), mas nada exagerado. O processo total durou tipo 1 ano e 3 meses – depois que acaba dá para fazer um “refinamento”, e aí também fiz alguns ajustes nos dentes com porcelana para dar o toque final. Por fim, moldei para ficar com as placas de contenção só para dormir, porque realmente hoje sinto falta de dormir sem nada na boca! Parece que fico rangendo os dentes, sei lá.
E é isso!!! Esse post ficou enorme, mas acho que para quem tinha interesse/curiosidade é legal saber a experiência toda né? Eu amei ter usado… e bom, não é para ficar repetindo a foto by Garance Doré, mas é a única que tenho boa sorrindo aqui na redação para ver o resultado do tratamento completo:
Para quem quiser mais infos, o contato do meu super e querido dentista Dr Marcelo Kignel é: 3062-3777, site clinicakignel.com.br
Só vou ficar devendo preço porque varia de pessoa para pessoa!
Fonte:http://vogue.globo.com/diadebeaute/2012/07/meus-dentes-e-o-invisalign/

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A boca no centro das atenções


A medicina não reparava muito nela e a odontologia cuidava apenas dos problemas localizados. Agora, as duas disciplinas se uniram para estudar a relação entre a saúde da boca e o que acontece no restante do organismo. E vice-versa

Aretha Yarak
Escovar os dentes, usar o fio dental e visitar o dentista a cada seis meses ajuda a evitar inflamações nas gengivas - problema que pode estar relacionado com outras doenças sistêmicas
Escovar os dentes, usar o fio dental e visitar o dentista a cada seis meses ajuda a evitar inflamações nas gengivas - problema que pode estar relacionado com outras doenças sistêmicas (iStockphoto)
Placas dentárias podem aumentar em até 80% os riscos de uma morte prematura causada por câncer. O alerta, publicado recentemente no periódico British Medical Journal, é apenas o mais recente de uma série de estudos que vêm movimentando a odontologia e a medicina. Recentemente, o avanço na tecnologia de detecção de doenças e um movimento realizado pela classe odontológica "para trazer a boca de volta ao corpo” — ou seja, estudar sua relação com o resto do organismo — alavancaram o número de estudos que relacionam as duas áreas. Como resultado, foi desvendada uma série de relações entre infecções que ocorrem na boca e problemas cardiovasculares, diabetes, obesidade, câncer, osteoporose, parto prematuro e nascimento de bebês abaixo do peso. 

Saiba mais

DOENÇA PERIODONTAL
A infecção crônica de origem bacteriana que atinge a gengiva e os tecidos dos dentes. A doença é causada pelo acúmulo de bactérias entre os dentes e a gengiva, e pode levar à perda dentária. Problema dentário mais comum em adultos, a periodontite é ainda uma das doenças inflamatórias crônicas mais comuns no mundo. Sua forma inicial, e mais comum, é a gengivite, caracterizada por uma inflamação leve das gengivas — que ficam avermelhadas, inchadas e chegam a sangrar. A evolução da doença pode levar anos, causando a perda de tecido de suporte do dente — como o ósseo —, o que acaba por ocasionar a perda de um ou mais dentes.
A ideia de relacionar a saúde bucal com problemas em outras áreas do corpo surgiu no início do século XX. Nessa época, acreditava-se que infecções com origem na boca poderiam ser a causa direta de outras doenças – nascia aí a tese da infecção focal. "Foi uma catástrofe, várias pessoas tiveram os dentes arrancados desnecessariamente. A odontologia acabou sendo desconsiderada pela medicina", diz Giuseppe Romito, professor titular de periodontia da Universidade de São Paulo. Acreditava-se, sem qualquer base científica, que arrancar os dentes com problemas evitaria que a infecção fosse disseminada.
Segundo o especialista, a meta agora é fazer com que a boca volte a ser entendida como uma parte integrante do corpo. Em outras palavras, os dentistas vêm tentando provar cientificamente que o que acontece dentro da boca tem uma relação direta com o funcionamento de todo o organismo.
Prova científica — Foi apenas na década de 1970, quando o dentista americano Steven Offenbacher realizou pela primeira vez um teste clínico que ligava processos inflamatórios na boca com a ocorrência de parto prematuro, que a relação boca e corpo começou a ser levada a sério novamente. Teria início, então, uma caçada científica por quaisquer relações com as demais inflamações do corpo. Dezenas de estudos conseguiram confirmar os achados de Offenbacher e encontraram ainda conexões dos males bucais com diabetes, doenças cardiovasculares, pulmonares, de próstata, osteoporose e câncer.
Quando começou suas investigações, Offenbacher pôde estabelecer apenas uma relação epidemiológica entre as inflamações na gengiva causadas por bactérias e parto prematuro. Hoje, no entanto, uma série de estudos conseguiu provar com mais precisão a relação entre essas duas condições. Em uma pesquisa publicada em 2007 no Journal of Periodontology, o especialista mostrou que quanto mais cedo se der a exposição às bactérias, maiores serão os riscos do parto prematuro. Nos dados coletados por Offenbacher, descobriu-se que a exposição com 32 semanas de gestação aumentava os riscos de parto prematuro 3,7 vezes. Com 35 semanas, o risco aumentava duas vezes.

Efeito cascata — As infecções bucais podem causar prejuízos aos demais órgãos por dois processos inflamatórios diferentes. No primeiro e mais simples, as bactérias alojadas na gengiva se deslocam pelo organismo e se instalam em determinados órgãos, prejudicando seu funcionamento. Nesse caso está o mais conhecido dos problemas, e o único que é, de fato, causado diretamente pela inflamação na boca: a endocardite bacteriana. "A bactéria da gengiva viaja pela corrente sanguínea até as veias coronárias (que levam sangue ao coração) e se alojam ali, infeccionando a membrana da válvula", diz Rodrigo Bueno de Moraes, periodontista e consultor da Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Em abril deste ano, a Academia Americana do Coração (AHA, sigla em inglês) publicou um artigo no periódico médico Circulationconfirmando que existe, de fato, uma associação entre a doença periodontal e a arteriosclerose (endurecimento das artérias). Apesar da relação, não é necessário que pessoas com boa saúde procurem um cardiologista a cada inflamação na gengiva. 
Há uma segunda maneira pela qual as doenças bacterianas que ocorrem na boca repercutem em outras partes do corpo. Enquanto luta para exterminar as bactérias invasoras que tiveram origem na boca, o sistema imunológico libera diversas substâncias no organismo. Isso causa um desequilíbrio químico, elevando os níveis de substâncias que interferem no funcionamento de órgãos, do metabolismo e de sistemas inteiros do corpo. É o caso, por exemplo, do diabetes. O processo inflamatório na gengiva não causa a doença, mas ajuda a desequilibrar o balanço químico do organismo, dificultando, assim, o controle dos níveis de glicose. Mas a relação entre as condições é uma via de mão dupla. O diabetes, por si só, pode piorar quadros de inflamação gengival.
Em pesquisa publicada no periódico The Journal of the American Dental Association (JADA), o pesquisador IB Lamster descobriu que conforme o índice glicêmico de pacientes com diabetes perdia o controle, os efeitos colaterais da doença nas inflamações da gengiva ficavam mais sérias. Esse mesmo desequilíbrio químico pode estar relacionado ainda com problemas como câncer, parto prematuro e nascimento de bebês abaixo do peso, artrite reumatoide e obesidade. Prestar atenção ao que acontece na boca, está provado, pode ser não só uma boa maneira de evitar doenças, mas também detectá-las.

Fuja das bactérias

Dados epidemiológicos estimam que 90% da população mundial têm gengivite e que 30% têm doença periodontal. Para manter a boca livre das bactérias é preciso escovar os dentes e usar o fio dental, no mínimo, duas vezes por dia. “Não adianta repetir o procedimento dez vezes, se você não escovar ou limpar corretamente”, diz Romito. É recomendado ainda que se faça visitas semestrais ao dentista, com realização de exames de sonda (análise da gengiva) e de raio-X (análise dos ossos do maxilar). O procedimento é protocolar e deve ser pedido em toda consulta de rotina. Alguns materiais, porém, oferecem maior proteção, como, por exemplo, a escova interdental. Ela é mais eficaz que o fio dental para limpeza entre os dentes. Existe também a escova de tufo único, que costuma ser indicada para pacientes que têm doenças periodontais, como um complemento à escova comum.

Sinal de alerta

Mesmo quem mantém uma disciplina exemplar de limpeza dentária corre o risco de deixar algum canto mal limpo, dando brecha para a infestação de bactérias. Segundo dentistas, é difícil conseguir deixar a boca completamente limpa - por isso, a importância da visita regular ao dentista. “É importante lembrar ainda que o fio dental não remove apenas a sujeira entre os dentes. Ele também retira as placas bacterianas”, diz Rodrigo Bueno de Moraes, da Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Sangramentos durante a escovação ou o uso do fio dental são indícios de uma possível inflamação – e não de uma limpeza feita de maneira errada.


quarta-feira, 4 de julho de 2012

HPV está em sete em cada dez casos de câncer de boca, faringe e laringe

 

Pesquisa avaliou 1.475 pacientes com tumores na cabeça e pescoço. Sexo oral é a principal forma de transmissão


iG São Paulo , com Agência Fapesp |


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Sexo oral sem camisinha seria a principal via de transmissão do HPV

Um novo estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública da USP mostra que 72% dos casos de câncer de cabeça e pescoço apresentam o vírus HPV, transmitido principalmente em relações sexuais desprotegidas.




Os especialistas alertam que a relação entre este vírus e os tumores nas línguas, garganta e faringe se dá por meio do sexo oral sem camisinha. A nova pesquisa, divulgada pela Agência FAPESP, foi feita com 1.475 pacientes brasileiros.




“Fizemos dois tipos de testes para verificar a prevalência da infecção pelo HPV entre os 1.475 pacientes: sorologia e análise de DNA”, afirmou Rossana Verónica Mendoza López, autora da análise.

Considerando os resultados apenas para o HPV do tipo 16 – o mais relacionado ao desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço entre os 200 tipos de vírus existentes –, a prevalência de casos positivos entre os pacientes do estudo foi de 72%. Nas avaliações mais antiga, feitas entre os anos 1998 e 2003, o índice encontrado foi de 55%, um aumento de 17 pontos porcentuais.




Menos letal

Ao analisar a sobrevida dos pacientes, os cientistas observaram que, entre aqueles que apresentaram resultado positivo para o HPV, a mortalidade foi 38% menor.

“Estudos internacionais têm mostrado que o HPV tem mais relação com tumores de orofaringe. Os resultados de nosso estudo sugerem, portanto, que os casos de câncer de cabeça e pescoço com presença de infecção por HPV apresentam maior sobrevida, ou seja, são de melhor prognóstico. Mas ainda não sabemos ao certo o motivo”, ressaltou López.




Segundo Victor Wünsch Filho, professor e orientador da pesquisa, o perfil demográfico e de hábitos de vida dos pacientes que apresentaram resultado positivo para o HPV 16 é uma possível explicação para o melhor prognóstico.

“Eles formam um grupo de pacientes mais jovens, com maior proporção de mulheres e menor proporção de fumantes. Esses dados merecem uma análise mais aprofundada”, disse Wünsch.

Segundo López, embora as evidências apontem que o HPV esteja se tornando uma causa mais comum de câncer de cabeça e pescoço, o consumo de tabaco e de álcool ainda responde pela maioria dos casos.