domingo, 29 de abril de 2012

Expansão Rápida da Maxila





Protocolo clínico que Omar Gabriel da Silva Filho  recomenda para adultos e crianças e a data limite de idade que tem observado para o tratamento sem  assistência cirúrgica.´












A expansão rápida da maxila consiste no processo mecânico intermitente e rápido,concebido para separar as metades que compõem a maxila.Retrata,portanto,um procedimento ortopédico.Para
tal o aparelho precisa romper a resistência esquelética circum-maxilar, o que não é pouco, desarticulando
em maior ou menor grau as inúmeras suturas que
envolvem os maxilares.Podemos resumir que o efeito
da expansão rápida é tão ortopédico quanto lhe permitem essas suturas e a resistência esquelética facial, as
quais deflagram forças de magnitudes crescentes com
a idade durante a fase ativa da expansão.






Em paralelo a esse precitado caráter biológico e
anatômico limitador do efeito ortopédico transversal,
uma outra limitação de caráter mecânico refere-se à
instalação do aparelho distante do centro de resistência
da maxila, o que podemos designar de “ancoragem
indireta”. Ou seja, o efeito ortopédico é promovido
com o aparelho instalado nos dentes e não diretamente no osso. Para compensar essas deficiências, o
desenho do aparelho expansor é portentoso. O que
dá particularidade ao robusto aparelho divulgado
por Haas há quase meio século é a presença do apoio
mucoso que encerra o parafuso expansor; volumoso,
por recobrir grande parte da abóbada palatina, e bem
acabado, para impedir traumatismo nas margens da
mucosa. Mais do que um design, o aparelho envolve
a discussão de um conceito e vem acompanhado de
bagagem ideológica. A pressão dos apoios contra o
palato, durante a fase ativa da expansão, propicia
remodelação da abóbada palatina com conseqüente
ganho intrabucal. A par dessa intenção primordial, os
apoios oferecem reforço de ancoragem também para
mecânicas sagitais, a exemplo do distalizador intrabucal “Pendex” , da tração reversa da maxila  e do mecanismo telescópico de Herbst .
Além do mais, a presença do apoio de acrílico permite
o reaproveitamento do parafuso expansor em casos

onde a capacidade dilatadora do mesmo é superada
pela magnitude da atresia maxilar.

Se por um lado é difícil romper essa homeostasia
anatômica, freqüentemente com a geração de forças
extremamente altas, por outro lado, não é fácil manter a estabilidade do aumento transversal. Aliás, esse
é um aspecto importante que norteia o protocolo
de tratamento visando maior estabilidade a longo
prazo do ganho transversal obtido com a expansão
rápida da maxila:

* Sobrecorreção da morfologia do
arco dentário superior;

* Contenção passiva com o
aparelho mantido na boca até a completa ossifica-
ção da sutura palatina mediana, diagnosticada pela
radiografia oclusal de maxila;

*   Contenção
palatina, preferencialmente removível, após a retirada
do aparelho expansor fixo, por 1 ano, e finalmente;

*Eliminação dos prováveis fatores vinculados à recidiva
transversal.


Como é de conhecimento notório, o apoio de
acrílico tem ganhado conotação negativa devido à
compressão da mucosa palatina principalmente durante a fase ativa da expansão, motivo que o torna, sem
sombra de dúvida, o mais temido entre os aparelhos
expansores para o arco dentário superior. No entanto,
a irritação diagnosticada no momento da suspensão
do aparelho expansor desaparece prontamente após
alguns dias, quando a expansão rápida da maxila é
realizada até a adolescência . Qualquer
iatrogenia que supere a irritação suave e totalmente
reversível da mucosa palatina é antes a exceção do que
a regra, sem nenhum prejuízo irreversível para a mucosa palatina. Após a adolescência, o apoio de resina
ganha conotação de termômetro do efeito ortopédico.









Quando as ativações do parafuso não revertem em
efeito ortopédico, o apoio de resina comprime a
mucosa palatina, acarretando lesões de intensidade
diretamente proporcional à resistência esquelética e à
velocidade da expansão
.
Embora não privativa deste estágio, a primeira impressão que a literatura difunde é que a expansão rápida da maxila está indicada para correção da deficiência
maxilar real ou relativa, na dentadura permanente
jovem, com resultado bastante previsível e competente. Contudo, a expansão ortopédica do arco
dentário superior está indicada também nos estágios
que antecedem a maturidade oclusal, nas dentaduras
decídua e mista, assim como nos pacientes adultos,em especial quando assistida cirurgicamente.


* A correção da deficiência maxilar transversal está
indicada na dentadura decídua somente quando a
atresia repercutir na relação inter-arcos, a partir dos 5
anos de idade. Isso quer dizer na presença de mordida
cruzada posterior. A expansão ortopédica tem
o seu espaço garantido para correção das mordidas
cruzadas posteriores na dentadura decídua quando a
morfologia triangular do arco dentário superior se fizer
acompanhar de um bom posicionamento vertíbulolingual dos dentes posteriores.

* Além dessa indicação,
a expansão rápida da maxila atua como coadjuvante na
deficiência maxilar relativa e como ancoragem intrabucal
para a tração reversa da maxila, na correção da deficiência
sagital da maxila, no padrão III .

* Na dentadura mista acrescenta-se a essas duas
indicações da dentadura decídua, o aumento da base
óssea com finalidade de liberação do apinhamento ambiental, ou seja, na correção da deficiência entre a massa
dentária e a morfologia do arco dentário superior.


Independentemente do estágio do desenvolvimento
da oclusão, se na dentadura decídua, mista ou perma-


nente, desde que até a adolescência, a velocidade de
ativação corresponde a uma volta completa no parafuso 
expansor por dia, o que equivale a 4/4 de volta distribuí-
das equitativamente pela manhã e à noite. As ativações
são realizadas pelo responsável em casa, depois de devida
orientação na clínica, e controladas pelo profissional a 
cada 3 voltas de ativação.


Na dentadura decídua essa velocidade pode ser reduzida quando na presença de sintomatologia. Cerca de
30% das crianças no estágio de dentadura decídua tem
a velocidade de ativação diminuída pela metade devido
à dor, sem que isso comprometa o efeito ortopédico
induzido. A expansão ortopédica na dentadura decídua
não acarreta nenhuma iatrogenia a curto, médio ou longo prazo, e afirmo isso com a experiência de quem
trata 90% dos casos de mordida cruzada posterior na
dentadura decídua com o procedimento de expansão
rápida da maxila, há cerca de 10 anos.

Embora falte unanimidade na literatura no tocante
às diferentes velocidades de acionamento do parafuso
expansor, o protocolo de ativação aqui defendido caracteriza a locução “Expansão rápida da maxila” e tem
sido preservado ao longo da minha experiência, por
vários motivos.

** Primeiro, pela ausência de iatrogenia
diagnosticada clínica ou radiograficamente nesses anos
de profissão. Isso pode ser comprovado no acompanhamento radiográfico na dentadura mista, por exemplo.

** Segundo, pela rapidez com que se esgota a fase
ativa da expansão, cerca de 1 a 2 semanas de acionamento
do parafuso, não exigindo participação dos pais por um
período prolongado.

** Terceiro, por criar uma rotina
prática que se insere sem sobressalto na dinâmica social
familiar.


Em síntese, o protocolo de tratamento clínico para
a expansão ortopédica inclui:

 1) instalação do aparelho
expansor e orientações imediatas quanto à higiene e
prováveis desconfortos temporários;

2) retorno depois de
24 horas para instrução e treinamento das ativações que
serão realizadas em casa (uma volta completa por dia);

 3)controles periódicos com o ortodontista, a cada 3 dias,
durante a fase ativa da expansão;

4) fase passiva da expansão com o aparelho expansor mantido na boca, com
consultas mensais para controle da higiene bucal;

5)radiografia oclusal total de maxila como controle,
depois de pelo menos 3 meses na fase passiva, para
avaliação da ossificação da sutura palatina mediana;

6) suspensão do aparelho expansor e instalação de contenção de acordo com o planejamento elaborado.


Nos pacientes que saíram da adolescência, a velocidade de ativação é mais lenta e a fase ativa da expansão
exige cautela. Inicia-se com 4/4 de volta ao dia até a
ruptura da sutura palatina mediana, o que acontece
entre o terceiro e quarto dia de ativação, e passa-se
então a 2/4 de volta ao dia até se obter a morfologia
almejada. A redução da velocidade de expansão visa
reduzir a magnitude da força gerada e que não é dissipada em forma de efeito ortopédico no intervalo entre
as ativações. Na criança, o acionamento do parafuso
expansor se converte em efeito ortopédico de pronto,
sem implicações clínicas. A separação dos maxilares
é uma inevitabilidade. Depois da adolescência esse
fenômeno é representado pela imprevisibilidade. Com
a rigidez esquelética adquirida na adolescência, o efeito
ortopédico da expansão rápida da maxila torna-se um
desafio, cuja magnitude é difícil de ser avaliada. A
cada ano depois da adolescência, menor é a probabilidade de se conseguir separação dos ossos maxilares.
Mas como biologia não é matemática, eu diria que é
possível tentar uma expansão ortopédica até 20 anos
de idade, se as condições periodontais permitirem.
Ou seja, se não houver recessão e se a tábua óssea não
for fina. A partir dessa idade, o melhor é contar com
as possibilidades cirúrgicas, a expansão ortopédica assistida cirurgicamente ou mesmo a designada
“expansão cirúrgica”, se houver indicação para cirurgia
ortognática.

O diagnóstico de ausência de efeito ortopédico começa com uma sensação de estranhamento no palato,
relatada pelo paciente, que sugere queimação seguida
imediatamente por dor, que passa a não ser controlada
por analgesia, seguida de inflamação, hiperplasia e, finalmente, a tão assustadora quanto inofensiva, necrose

A evolução desse quadro destrutivo deve ser
interrompida o mais cedo possível com a eliminação do
aparelho expansor. O leitor pode perceber que uma das
grandes virtudes do apoio mucoso do aparelho Haas
é revelar o excessivo acúmulo de força na superfície
do palato e, exatamente por isso, funciona como um
termômetro do efeito ortopédico principalmente em
pacientes fora da fase de crescimento. Antes que a tábua
óssea vestibular mostre fraturas irreversíveis, a mucosa
palatina se dilacera e denuncia a rigidez esquelética,
obrigando um replanejamento.

Fonte:Pergunte a um Expert
Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial
R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 3, n. 2, p. 12-20 - abr./maio 2004







quinta-feira, 26 de abril de 2012

quarta-feira, 25 de abril de 2012










Tratamentos ortodônticos podem ser influenciados por modismo de aparelho.Entretanto,a forma correta de se praticar Ortodontia é,em primeiro lugar,se entender Biologia e,então ,eleger os aparelhos que podem potencialmente corrigir as deficiências dentofaciais diagnosticadas.Em realidade,o que está acontecendo é a proliferação de "soluções" rápidas e fáceis no ensino da Ortodontia e poucos ortodontistas têm se tornado experts em Biologia Craniofacial.No Brasil,por exemplo,há cursos de Ortodontia que oferecem apenas soluções rápidas e fáceis,o que é um terrível erro.

Fonte:Capítulo 6 do livro Ortodontia Ortopedia Funcional do Maxilares /2006 por Marinho Del Santo Jr.



domingo, 22 de abril de 2012

Má oclusão de Cl III




 



A má oclusão de CL III,de origem essencialmente esquelética,produz uma acentuada deformidade facial.

O crescimento da MD,predominantemente endocondral na cartilagem condilar,obedece essencialmente o controle genético.
O crescimento da MX,é ósseo intramembranoso.Mostra-se mais susceptível a influências extrínsicas e ambientais.

A CL III pode ser interceptada durante a fase de crescimento e desenvolvimento craniofacial mediante o uso de aparelho ortopédicos.
Ausência da proeminência zigomática ou malar constitui o sinal facial que traduz o retrognatismo Maxilar.A linha mento-pescoço aumentada em relação a profundidade da face média e ângulo mais agudo entre mento e pescoço denunciam a contribuição da MD na Cl III.

Mesmo em CL I de caninos,e molares em cl III,classificou a má oclusão como CL III,baseando sobretudo no padrão facial,na relação interarcos e secudariamente nas características cefalométricas.

A identificação do progantismo MD e padrão vertical de crescimento empobrecem  o prognóstico de tratamento precoce,devido a menores chances  de estabilidade pós-tratamento.

O tratamento precoce da má oclusão de classe III direciona a Maxila,por meio da Expansão RM seguida de protração maxilar .A ERM ,além de corrigir a Mordida Cruzada Posterior ,estimula a atividade celular das suturas,potencializando as resultados da protração.
A ERM pode ser realizada utilizando-se o aparelho expansor tipo HAAS,com ganchos laterias soldados por vestibular para receber os elásticos de protração.
A ativação do parafuso obedece ao protocolo de HAAS,extendendo -se aproximadamente por duas semanas.Quando se observa a abertura de diastema dos incisivos,por volta do quarto dia de expansão,instala-se a máscara facial para tração reversa da maxila.Nota-se que a protração da maxila inicia-se ainda durante a fase ativa da ERM.O paciente é orientado a utilizá-la 14 horas/dia,excluindo o período escolar.
Alcançada a sobrecorreção so trespasse horizontal,a máscara é utilizada como contenção,somente pra dormir,pois já se alcançou a sobrecorreção do trespasse horizontal.
Em alguns casos pode substituir o aparelho expansor por uma barra palatina fixa com grade,facillitando a higienização e correção da mordida aberta anterior.

O estabelecimento do trespasse vertical adequado,antes da remoção da máscara,apresenta grande importância para a estabilidade do tratamento.

Após o uso da máscara de TRM,verificou-se o deslocamento anterior da MX e rotação da MD no sentido horário.

Prolongar a contenção ortopédica por mais um ano,com o uso notruno da mentoneira.

Uma vez diagnosticada a classe III ,deve-se considerar a possibilidade de interceptação precoce.Isso resulta um bom relacionamento oclusal,facial e psico-social,favorecendo o crescimento e desenvolvimento normal da criança.
A correção da classe III esquelética,por meio da ER aliada à tração reversa da MX,resulta de uma combinação de mudanças esqueléticas e dentárias que produzem a melhora significante do perfil facial.
No entanto,esta opção cabe somente à cl III com envolvimento MX em sua configuração morfológica.Apesar do diagnóstico e tratamentos corretos,parece difícil  prever a estabilidade dessa terapia,ema vez que dependerá do padrão de crescimento facial.


Exemplos:

1- Significante deficiência MX com MD muito aceitável,padrão de crescimento horizontal,que permitia as alterações verticais compensatórias,inerentes ao tratamento ortopédico.Uma vez que é mais fácil o tratamento e a obtenção da estabilidade sobre o crescimento da Maxila,esta paciente apresentam um prognóstico bastante favorável.Portanto,possivelmente apresentará a manutenção dos resultados do tratamento precoce ao longo do desenvolvimento subsequente.

2- Padrão de crescimento vertical,e apesar da retrognatismo MX ,a MD apresenta-se com uma marcante participação da CL III,segundo a análise facial.Desta forma,neste jovem há menores  expectativas de recidiva e deve-se considerar a possibilidade de um tratamento orto-cirúrgico ao término de seu crescimento.

Uma vez que o crescimento pós-tratamento nao pode ser previamente determinado torna-se imprescindível  a solução do trespasse horizontal e a manutenção da contenção por período adequado. Isto deve ser esclarecido aos pais e ao paciente desde o início,para que eles estejam devidamente informados e convidados a cooperar com o tratamento.

Ao realizarmos o tratamento precoce da CLIII esquelética,devemos ser realistas.Os resultados poderão perpetuar-se ou a estabilidade será ameaçada com o retorno do padrão de crescmento original.Todos os antídotos contra a recidiva devem ser utilizados:a sobrecorreção do trespasse horizontal,o estabelecimento de um trespasse vertical adequado para o tratamento da relação sagital entre os arcos dentários,e a contenção ortopédica por período prolongado.

Conscientizar pais e parentes desde o início do tratamento,mantendo sempre como nossos  cúmplices nessa " tentativa" de tratamento precoce.
 

O maior efeito esquelético da protração da MX é obtido nos seis meses pós-disjunção,utilizando ancoragem extrabucal na região anterior da face.

Deve ser tratado precocemente por duas razões:

* a tração anterior da MX funciona na mesma direção de crescimento.

* o movimento anterior do arco superior apresenta boa estabilidade


Fonte: Resumo que eu fiz,não me recordo de qual livro.
          Imagem:Google

sábado, 21 de abril de 2012

Especialistas reforçam que aparelho ortodôntico não é modismo











Prof.Paulo Thomé Vasconcelos


Professor Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da Inig/APCD Vila Mariana
Membro da Foundation For Orthodontics Research USA
Professor do Centro de Estudos de Ricketts
Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da Associação Odontológica  de Ribeirão Preto
Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da ABO/RO
Professor Convidado da CONOGE  APCD Central
Professor Convidado da Salón Dental Chile 





Apesar dos inúmeros modelos e acessórios,indicação do aparelho deve ser feita apenas para casos em que há necessidade de tratamento.


Por Mariana Pantano e Swellyn França
Jornal da APCD Abril/2012

O especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial,Paulo Thomé Vasconcelos,explica que a busca por dentes alinhados ocorre desde antes de Cristo (a.C.)."Arqueologistas descobriram múmias que possuíam bandas artesanais de metal em cada dente,e cordões de metal de ouro,a fim de fechar espaços nas arcadas.Entre 400 a 500 anos a.C.,Hipócrates e Aristóteles relataram a possibilidade de alinhamento de dentes,como alguns outros relatos encontrados na Grécia Antiga sobre aparelhos para manter espaços e prevenir apinhamento da dentição durante a vida."

Kátia Simone diz, "Trata-se de mecanismos que aplicam forças sobre estruturas vivas e há sempre o risco de alterações que podem ser irreversíveis levando à perda da dentição.Saliento também,um outro ponto: a divulgação dos riscos do tratamento ortodôntico deve ser orientada  para que a população procure sempre um especialista ,profissional preparado para executar um tratamento de qualidade,que foi treinado adequadamente e atua como responsabilidade."

Luciano Carvalho cita índice muito elevado de maloclusão,maior valorização da estética ,custo acessível,modernização dos aparelhos, aumento da expectativa de vida da população mundial, busca por melhores condições de saúde, e pela beleza,como fatores que levam as pessoas a procurarem o tratamento ortodôntico.



Paulo Vasconcelos tem a mesma opinião: " não acredito em moda,mas sim em uma melhor situação sócio-econômica  e cultural da população brasileira nos últimos anos,o que permitiu maior acesso a este tipo de tratamento.Somado a este fato,houve a evolução estética dos aparelhos ,bem como a disseminação entre os ortodontistas de técnicas ortodônticas que possibilitam a colagem de bráquetes apenas nos setores dentários que realmente necessitam de correção,quando antes era necessário a colagem em toda a arcada mesmo que boa parte dos dentes estivessem bem posicionados."


HARMONIA ESTÉTICA E FUNCIONAL

O trabalho do ortodontista consiste em diagnosticar,por meio de estudos de modelis das arcadas dentárias,telerradiografias laterais,panorâmicas e fotografias,quais estruturas são responsáveis pelo desequilíbrio facial ou dentário e determinar,de forma individualizada,o melhor tratamento para o paciente." O ortodontista deve estar apto a detectar problemas funcionais como,por exemplo,de deglutição,de fonação e respiratório,com o objetivo de orientar quanto à  necessidade da participação no tratamento de um fonoaudiólogo e otorrinolaringologista,por exemplo,pois o tratamento e manutenção do resultado obtido depende do equilíbrio entre os dentes e todas as estruturas adjacentes.Por outro lado,o profissional deve distinguir quando a maloclusão é temporária e se irá ser solucionada naturalmente,sem necessidade de nenhum dispositivo,pois aparelho mal indicados podem provocar danos irreversíveis às estruturas de sustentação,ou no mínimo,dificultam a higienização.devendo ser indicados apenas qunado há necessidade",explica Paulo Vasconcelos.

Já o uso de aparelhos ortodônticos é indicado quando há um desalinhamento,desnivelamento,apinhamentos,mordidas abertas ou cruzadas,diferenças de tamanho ou posição entre maxila e mandíbula no sentido transversal,ântero - posterior,ou protrusão de ambas as arcadas,prejudicando o perfil do paciente."Devemos inidicar o tratamento ortodônticos o mais precocemente possível,principalmente nos casos de mordidas cruzadas para evitar comprometimentos futuros e assimetria facial.O ortodontista deve estar atento e apto a usar o crescimento facila em prol do tratamento,por isso,a importância de se começar cedo.As anomalias de fala,deglutição,dicção e respiração também devem ser rapidamente sanadas para nao agravar o problema.Através de previsões de crescimento,é possível prever com 95% de exatidão,aos oito anos de idade,se o paciente irá ter problemas nas bases ósseas,cirúrgicos ou até impactação dos sisos quando tiver 15 anos(mulheres) ou 18 (homens),conta Vasconcelos.





TEMPO DE USO DO APARELHO ORTODÔNTICO VARIA CONFORME O INDIVÍDUO

Paulo Vasconcelos conta que é muito difícil prever o tempo de tratamento ortodônticos porque depende de muitas variáveis como tipo facial,colaboração do paciente,grau de dificuldade do caso,contudo,numa média geral,o tempo varia de dois a cinco anos."Considero de suma importância a conscientização do paciente e dos pais,e a participação de cada um deles no tratamento sobre o resultado esperado de cada atendimento."

Carolina Oliveira, esclarece que " o tempo de uso dos aparelhos depende muito do correto diagnóstico,planejamento e idade da criança.Existem problemas dentários que devem ser corrigidos logo,como a mordida cruzada,que só tende a piorar com o tempo.Muitas vezes,a interrupção dos maus hábitos já pode levar a uma auto correção ou melhora parcial da  mordida.Quando as crianças têm problemas ósseos e não apenas dentários,o tempo de tratamento se prolonga,pois há necessidade de uso de mais de um tipo de aparelho e também porque o ortodontista deve acompanhar o crescimento e desenvolvimento bucal da criança."

Luciano Carvalho,acrescenta que o tempo de tratamento também depende da colaboração do paciente,resposta óssea etc.,ou seja,é um processo biomecânico e,por isso,deve obedecer à individualidade."Porém,segundo observação feita nos tratamentos ortodônticos apresentados pelos diplomados do Board Americano de Ortodontia ,em 2009,que ocorreu durante o Congresso Americano de Ortodontia,em Boston,EUA,os mesmos levavam em média 28 meses,indepedentemente do tipo de técnica e aparelhos utilizados",lembra ele.

Kátia Simone salienta que o tempo de tratamento é diretamente proporcional à gravidade do problema."Com o início da terapêutica em idade mais precoce,toda a plasticidade óssea fica a nosso favor,favorecendo e até mesmo diminuindo o tempo total de tratamento.

TRAÇÃO EXTRA BUCAL

O especialista em Ortodontia,Paulo Vasconcelos ,explica que por muito tempo a ação da tração extraoral(TEO) foi mal interpretada e muito mal indicada,sendo usada para todos os tipos de problemas e 24 horas por dia."A TEO é muito usada ainda hoje,contudo,de forma diferente e sua indicação principal é feita para desarmonia das bases ósseas(maxila e mandíbula) com o paciente ainda em crescimento.Este dispositivo deve ser usado à noite e com complemento durante o dia,totalizando 14horas/dia com 450g de força.Devolve a harmonia facial e permite que a mandíbula cresça em todo seu potencial genético enquanto a maxila é rotacionada por trás e para baixo,resultando em uma redução ortopédica."


Kátia Regina afirma que o aparelho ortodôntico extrabucal é excelente,porém,alguns pacientes preferem outros recursos por causo do apelo estético."É muito difícil convencer um paciente a usá-la quando os próprios pais do paciente o chamam de 'freio de burro'.Existem outros aparelhos que são similares,porém,o extrabucal é excelente quando o paciente usa".

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Aparelho nos dentes, antes motivo de piada, agora é moda

PublicidadeALESSANDRA OGGIONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Silvia Zamboni/Folhapress





Rafaella, 12, e o irmão Rodrigo, 13, acham que vale a pena usar aparelho nos dentes


Sorriso metálico virou moda. Aparelhos para os dentes têm borrachas coloridas e em forma de bichos, são feitos com material que brilha no escuro e "glitter".

Com tanta novidade para atrair crianças, ferros na boca não são mais motivo de piada, como eram há pouco tempo. Além de acessórios fashion (da moda), o aumento do uso fez com que os aparelhos não parecessem estranhos.

Crianças contam sobre vantagens e desvantagens de usar aparelho nos dentes
Antes, eles não eram tão comuns. O tratamento era mais caro e acreditava-se que era preciso esperar os dentes permanentes para usá-los. Essa ideia mudou. "Os dentes são como planta. Quando nasce torta, é mais fácil corrigir antes de que cresça", diz Inês Verginia Zampieri Bof, especialista em ortodontia (correção dos dentes) infantil.

O Brasil começou a produzir aparelhos, o que os tornou mais baratos (antes, vinham de outros países).





Mirela, 4, usa aparelho para corrigir a mordida

Mordida

A Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial calcula que, de cada 10 crianças entre seis e dez anos, 6 precisam corrigir dentes ou mordida errada -- é como se a boca fosse uma caixa, em que os dentes de cima são a tampa e precisam se encaixar direito na parte de baixo.

Com cerca de três anos, a criança já pode passar por um especialista.

Mirela Boralli Arsuffi usa aparelho móvel há seis meses para acertar a mordida. Como só tem quatro anos de idade, o tratamento deve ser rápido e acabar em mais dois meses. "Essa correção deve ser feita o mais cedo possível", diz Cássio José Fornazari Alencar, especialista em odontopediatria da Universidade de São Paulo.


É bonitinho... mas dá trabalho!


Rafaella Cassasa, 12, ficou com medo de que os amigos não gostassem do novo visual. Mas eles aprovaram, principalmente os elásticos coloridos. Seu irmão, Rodrigo, 13, reclama que dá trabalho limpar os ferros. Mas, após cinco anos com aparelho, acha que o esforço vale para ter um sorriso mais bonito.

Ricardo Cruz, presidente da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial, diz que, hoje, a maior parte das crianças que vai ao seu consultório quer arrumar os dentes. Caio Henrique Nunes, 10, por exemplo, tinha os dentes de cima muito para a frente. Há um ano, usa o fixo (ferros colados nos dentes). "Demoro uns 15 minutos para limpar e passar fio dental, mas eu não reclamo. Fiquei mais bonitinho."

Ana Paula Camolez, 7, usa o móvel --aquele que é tirado para comer e escovar os dentes. A limpeza é fácil. O problema é o risco de perder. "Uma vez, embrulhei o aparelho no guardanapo e ele foi parar no lixo."

domingo, 8 de abril de 2012

Castanha-do-pará na pasta de dente pode prevenir doenças bucais










De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, e publicado na Brazilian Oral Research, em dezembro de 2011, a adição de 10% de óleo de castanha-do-pará ou de um óleo mineral (parafina líquida) à composição das pastas de dente comerciais pode ser útil para prevenir ou controlar cáries e doenças periodontais.
Os pesquisadores testaram durante 90 dias três pastas com formulações distintas em 30 pessoas. Um grupo escovou os dentes com o dentifrício disponível no mercado, sem qualquer alteração. Outro usou a mesma pasta com óleo de castanha, e um terceiro o dentifrício com óleo mineral.
No final do experimento houve uma redução estatisticamente significativa de problemas associados à higiene bucal nos dois grupos que utilizaram pasta com óleos. Com a modificação na composição, o dentifrício parece ser mais eficiente no combate a bactérias.

Fonte: Revista Pesquisa Fapesp